Nova York, 17/1 – O desenvolvimento de novas tecnologias para alavancar a agricultura global está no centro do debate das autoridades antitruste da União Europeia (UE) que analisam a proposta de fusão entre Dow Chemical e DuPont. As duas empresas precisam provar aos reguladores que a competição no mercado – fundamental para a inovação – não deve ser prejudicada com a união das duas gigantes.

Segundo fontes, a Comissão Europeia, órgão antitruste do bloco, enviou às empresas em dezembro uma declaração com 800 páginas que focava exatamente o risco para a indústria de perder um player com importante capacidade de pesquisa. Segundo as empresas e a UE, a negociação está progredindo.

“Nós acreditamos que a fusão favorece a competição e vai entregar inovação tecnológica e alternativas para os consumidores”, disse uma porta-voz da Dow Chemical. As empresas defenderam a fusão perante a UE em reunião a portas fechadas no último dia 9 de janeiro. Na ocasião, também participaram algumas rivais, como a BASF, que tem demonstrado interesse em comprar alguns dos ativos das empresas.

A UE tem até o fim de fevereiro para decidir sobre o futuro da fusão. A Comissão Europeia também analisa outros acordos, como o da ChemChina com a Syngenta e o da Bayer com a Monsanto.

Dow e DuPont foram as primeiras a anunciarem a intenção de fusão, em dezembro de 2015. Após a conclusão do negócio, a companhia teria capital combinado de US$ 122 bilhões, antes de se dividir em três empresas separadas.

A UE expressou sua preocupação com o futuro da inovação no setor em agosto, destacando o potencial impacto no mercado de herbicidas para culturas como a de grãos e oleaginosas. Executivos da Dow e da DuPont disseram que esperam reduzir os custos com pesquisa e desenvolvimento em cerca de US$ 300 milhões, como parte de um plano para cortar US$ 3 bilhões em gastos após a fusão.

Segundo eles, entretanto, a parceria ajudaria a disponibilizar novos produtos de forma mais rápida, ao combinar a capacidade da Dow em biotecnologia com o portfólio de milho e soja transgênicos da DuPont. Fonte: Dow Jones Newswires.