São Paulo, 25 – O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, afirmou nesta terça-feira, 25, que a safra brasileira de café deste ano, apesar de menor do que a do ano passado, é suficiente para cumprir compromissos de exportação e atender o mercado interno. “Este ano a produção de arábica é baixa, por causa da bienalidade negativa, mas não há risco de desabastecimento”, garantiu ele, sem mencionar números, durante evento na capital paulista em comemoração aos 60 anos da cooperativa do sul de Minas, considerada a maior do mundo no setor. A colheita do café conilon já começou em Rondônia e no Espírito Santo, enquanto a do arábica ainda é insignificante em Minas, principal Estado produtor.

Para 2018, a perspectiva é de uma de safra melhor do que a atual (por causa da alternância da bienalidade positiva para o café arábica). Com o aumento da oferta, porém, a tendência é de queda dos preços, o que poderia implicar a intervenção do governo no mercado, por meio da formação de estoque regulador. Mas Paulino da Costa considerou a medida de difícil implementação. “Seria preciso criar um IBC (Instituto Brasileiro do Café, extinto em 1990, e que definia a política agrícola para o setor)”, ironizou. “Sou mais pela ação da iniciativa privada”, acrescentou.

Segundo ele, o governo carece de recursos para qualquer tipo de atuação no mercado. No entanto, explicou que medidas oficiais de apoio poderiam ajudar o cafeicultor, como a criação de mecanismos de financiamento de longo prazo, a juros compatíveis, ou até mesmo lançamento de contratos de opção de venda pública.

O presidente da Cooxupé informou, ainda, que a cooperativa deve receber nesta safra cerca de 5,8 milhões de sacas de 60 kg de café. No ano passado, a Cooxupé recebeu cerca de 6,2 milhões de sacas (bienalidade positiva).

Já a comercialização este ano na Cooxupé deve alcançar 6,2 milhões de sacas, em comparação com 5,82 milhões de sacas em 2016. A cooperativa tem, ainda, estoque de passagem de cerca de 400 mil sacas, para cumprir a meta do ano. Caso seja necessário, poderá ir ao mercado para adquirir de terceiros entre 1,8 milhão e 2 milhões de sacas.