Ribeirão Preto, 7/2 – Após um ano de 2016 marcado pela escassez de laranja para a produção de suco, em virtude da menor safra desde 1988, e ainda com estoques baixos da bebida, indústrias brasileiras já iniciaram as negociações para a compra da fruta para a safra 2017/2018, cuja maior parte do processamento ocorre apenas no segundo semestre. Maior companhia do setor, a Cutrale abriu as compras oferecendo R$ 18 por caixa (de 40,8 quilos), abaixo do pico de 2016, de R$ 25 a caixa, mas acima da abertura do mercado do ano passado, em torno de R$ 14 a caixa.

Produtores relataram que a Louis Dreyfus Company (LDC) chegou oferecer preços perto do pico do ano passado, mas a companhia recuou após os rumores de que a safra 2017/2018 de laranja pode ficar entre 320 milhões e 330 milhões de caixas, ante as 244 milhões de caixas apontadas pela última Pesquisa de Estimativa de Safra (PES), em dezembro.

Na sexta-feira (10), o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) divulga o penúltimo levantamento do período e em abril a instituição informa o fechamento da safra 2016/2017. Em maio está prevista a primeira estimativa para a safra 2017/2018, beneficiada por boas floradas e pelo bom desenvolvimento até agora das frutas, com as chuvas constantes.

Já a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) espera divulgar na próxima semana os estoques de sucos das companhias brasileiras em 31 de dezembro de 2016 e ainda a previsão final para a passagem da safra 2016/2017 para a 2017/2018, em 30 de junho deste ano. No último levantamento, a CitrusBR previu que os estoques globais de suco de laranja da indústria brasileira encerrariam a safra 2016/2017 praticamente zerados, com apenas 2.066 toneladas da bebida, queda de 99,4% sobre um total de 351.567 toneladas no começo período.