São Paulo, 17/3 – A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), que representa 110 mil trabalhadores da BRF (Sadia, Perdigão e Qualy) e de 130 mil trabalhadores da JBS (Seara e Friboi), afirmou em nota que os casos apresentados pela operação Carne Fraca da Polícia Federal são “lamentáveis”. “Saber que empresas líderes de mercado e com forte atuação no exterior são protagonistas de uma prática perversa que coloca em xeque a saúde humana em detrimento da ganância nos causa indignação”, afirma o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, em nota.

A CNTA diz ainda que a prática “ilícita e antiética” não é diferente para com os trabalhadores. “Muitas vezes, são submetidos a pressões psicológicas e ritmos frenéticos de trabalho, com grande número de adoecimentos e acidentes, em detrimento do lucro da empresa”.

O sindicato afirma também que o possível envolvimento do governo neste esquema traz insegurança e falta de credibilidade quanto a outros tipos de fiscalizações, como as do Ministério do Trabalho. “Para finalizar, acreditamos que o melhor combate a esse tipo de procedimento é a transparência e a fiscalização eficiente, com investimento de estrutura por parte dos órgãos competentes”.

O sindicato têm realizado recentemente manifestações em repúdio ao não pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pela BRF aos seus trabalhadores neste ano, em função do prejuízo líquido da companhia em 2016.