São Paulo, 19/9 – As principais hortaliças registraram movimento de queda das cotações em agosto nas Centrais de Abastecimento (Ceasa) do País. A alface, o tomate e a cebola tiveram redução generalizada de preços em todos os mercados analisados. A batata apresentou pequenos aumentos, enquanto a cenoura não indicou tendência uniforme.

A análise mensal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta terça-feira, 19, no Boletim Hortigranjeiro, é realizada para as hortaliças com maior representatividade na comercialização e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

Segundo a Conab, a variação de preços em agosto para a batata não mudou o cenário conjuntural do produto. Elevações de cotações ocorreram, mas só foi significativa em Curitiba/PR (20,73%), pela mudança regional do abastecimento do mercado.

Para a cenoura, não ocorreu uniformidade de movimento de preços nos mercados. Eles variaram de um decréscimo de 19,27% em Recife/PE a uma aumento de 9,52% em Brasília/DF. Conforme a Conab, este movimento díspar para os preços em agosto pode ser em virtude, muito provavelmente, de atraso no maior ritmo de colheita da safra de inverno, que mesmo com sua intensificação não foi suficiente para influenciar as cotações em alguns mercados.

Quanto as outras três hortaliças analisadas pode-se destacar que elas apresentaram de forma unânime queda de preço. A redução mais sensível pode ser atribuída ao tomate. Seus preços variaram negativamente entre 47,84% em Vitória/ES e 21,58% na Ceagesp/ETSP. “Nesta época do ano, com temperaturas amenas, é possível apressar ou retardar a colheita. Este comportamento será a tendência para o restante do ano e começo de 2018”, informa a Conab, no boletim.

No caso da cebola, a variação negativa das cotações foi menor, mas mesmo assim estas chegaram ao porcentual de 15,29% em Vitória/ES. A menor queda ocorreu na CeasaMinas – unidade Belo Horizonte (6,62%).

A alface também variou negativamente de forma intensa em alguns mercados, diz a Conab. A queda de preço chegou a 51,40% em Recife/PE. O decréscimo de preço já era esperado e é normal para esta época do ano. A diminuição deve ser analisada muito mais pela redução de consumo, do que pelo lado da oferta. “Com temperaturas amenas naturalmente o consumo por folhosas diminui, o que pressiona os preços para baixo”, explicam os técnicos da estatal.

De acordo com a Conab, a comercialização de hortigranjeiros realizada nas Ceasas do País registrou uma redução de 3,32% no volume comercializado e um aumento de 14,62% no valor total transacionado.

Frutas

O estudo mensal também mostra o comportamento das cotações das frutas de maior representatividade na comercialização realizada nas principais Ceasas do País (laranja, banana, melancia, maçã e mamão). A banana registrou variações de preço sem tendência definida. Houve alta de preços em quatro mercados, e queda em outros quatro, e alta geral da oferta, principalmente por conta da produção baiana e no Vale do Ribeira da variante prata, pois a variante nanica está com tendência de queda.

A melancia apresentou queda das cotações na maioria dos entrepostos (mantendo rentabilidade positiva ao produtor) e elevação da oferta, com fruta de boa qualidade, principalmente das regiões de Uruana (GO), Lagoa da Confusão (TO) e Formoso do Araguaia (TO). A laranja apresentou queda de preços na maioria dos mercados e aumento da oferta em todos os mercados, repetindo tendência que ocorre há alguns meses, o que traz benefícios ao varejo e à recomposição de estoques para a utilização nas indústrias de suco.

O mamão registrou aumento da oferta e a queda de preços para o papaya e o formosa, junto à baixa rentabilidade ao produtor, à tendência da redução da área plantada e da busca do mercado externo à procura de maiores lucros. A maçã apresentou pequenas altas de preços, após meses de queda, e alta da oferta, seja da maçã gala ou fuji, com a continuidade do escoamento das frutas a partir das câmaras de resfriamento.

O volume de exportação de frutas acumulado no Brasil em 2017 até o mês de agosto foi 7,35% maior em relação ao mesmo período de 2016. O valor em dólares aumentou 8,65%. Mamão, maçã e melancia apresentaram aumento da comercialização externa em relação ao acumulado do ano anterior, a laranja apresentou suave queda (4,26%) e a banana continua registrado forte queda nas quantidades embarcadas (60,55%).