Brasília, 17/1 – O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Marcelo Bezerra, afirmou nesta terça-feira, 17, que o primeiro levantamento da estatal para a safra de café indica um início de recuperação da produção do conilon (robusta), espécie mais rústica e tolerante às pragas. Mesmo assim, a avaliação do governo é de que a safra será apertada este ano.

“Teremos oferta ainda um pouco apertada de café robusta”, disse o diretor do Departamento de Café, Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese. Segundo a Conab, a produção de conilon, que representa 20% do total da oferta de café do País, está estimada entre 8,64 milhões e 9,63 milhões de sacas de 60 quilos, com um crescimento esperado de 8,1% a 20,5% comparado à safra de 2016.

O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antonio de Oliveira Neto, observou que produtores do Espírito Santo, responsáveis por mais da metade da produção, praticamente erradicaram a cultura e deixaram de investir em pacotes tecnológicos e no manejo adequado. Além disso, a estiagem nos últimos anos castigou a área, que vem sendo reduzida. “Anos de investimentos foram perdidos por conta da seca”, disse Neto.

No caso do café arábica, a produção deve encolher entre 19,3% e 12,7%, para entre 35,01 milhões e 37,88 milhões sacas, de acordo com a Conab. Apesar disso, o presidente da estatal destacou o clima favorável e as boas práticas nas regiões produtoras. “Deve-se registrar que este ano é de bienalidade negativa”, afirmou Bezerra.

A despeito dos obstáculos, o Ministério da Agricultura destaca que a safra total de café, ainda assim, será a segunda melhor. “Isso mostra o dinamismo do setor cafeeiro, com produção em quantidade suficiente para atender mercado interno e exportação”, disse Farnese.