São Paulo, 6/6 – Os Estados Unidos e o México fecharam nesta terça-feira, 6, um acordo preliminar para pôr fim ao conflito entre produtores de açúcar dos dois países sobre as exportações com origem do México. Segundo nota publicada pelo Departamento de Comércio dos EUA, o acordo firmado entre os países evita futuras políticas antidumping por parte dos norte-americanos e corrige os subsídios recebidos pelos produtores vizinhos.

“O acordo aborda preocupações dos produtores dos EUA e evita danos a outras indústrias norte-americanas, incluindo confeiteiros, produtores de bebidas e de milho, que poderiam ser prejudicados diante da não conclusão do acordo”, disse o órgão.

Entre as diretrizes estão a elevação do preço mínimo que o açúcar bruto pode ser vendido nas refinarias no México, que saltou de 22,25 cents para 23 cents por libra-peso. Para o refinado, o preço nas usinas deve saltar de 26 cents para 28 cents por libra peso. Todos os valores excluem os custos de embalagem e transporte. Tal mudança seria suficiente para proteger a indústria açucareira dos Estados Unidos de possíveis danos causados por práticas adotadas pelo governo mexicano que comprometeriam a concorrência.

O novo acordo também reduz o porcentual de açúcar refinado que pode ser importado de 53% do total para 30%. “Isso resulta em um ganho significativo no montante de açúcar bruto disponível para refino nos Estados Unidos, enquanto garante que subsídios para o produto refinado no México não prejudiquem os refinadores dos EUA”, disse a nota.

Setor insatisfeito

O secretario de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, parabenizou o acordo e destacou a atuação mexicana para que ele fosse alcançado. Entretanto, mesmo com os potenciais ganhos para a indústria norte-americana, os produtores disseram que não vão apoiar as medidas.

“Infelizmente, apesar de todos esses ganhos, a indústria de açúcar dos EUA disse que é incapaz de apoiar o novo acordo, mas nós continuamos esperançosos de que isso seja alcançado no futuro conforme o processo vai sendo definido”, disse Ross, reforçando o interesse em continuar as discussões enquanto o acordo é finalizado.