Um total de 15 frigoríficos, além demais de 20 propriedades rurais, foram multados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em operação que investiga a compra e venda de gado criado em áreas de desmatamento da Amazônia. Duas unidades da JBS, maior processadora de carnes do mundo, estariam envolvidas na investigação, em um total de 11 frigoríficos do Pará, três de Tocantins e um da Bahia, por supostamente estarem comprando gado de área embargada. São 186 autos de infração, os quais totalizam R$ 264,278 milhões.

A operação identificou a comercialização de 58.879 cabeças de gado bovino de áreas embargadas (58.177 mil cabeças para frigoríficos e 702 bovinos para exportadores), no valor de R$ 130,807 milhões. Segundo a Gerência Executiva do Ibama em Marabá (PA), desse total, 26.966 cabeças foram para a unidade da JBS em Santana do Araguaia e 22.472 bovinos foram para a fábrica da empresa em Redenção (PA), alcançando cerca de 80% do total.

O instituto órgão distribuiu 186 autos de infração, que totalizaram R$ 264,278 milhões, dos quais 34 deles pelo descumprimento do embargo (R$ 7.480.000); 20 autos por impedir a regeneração da vegetação (R$ 198.270.000) e 65 por comercializar gado de área embargada (R$ 29.088.500).

Além disso, outros 65 autos foram aplicados aos frigoríficos por infração pela compra gado de área embargada (R$ 29.088.500) e 2 autos de infração por vender gado em pé de área embargada por um exportador (R$ 351.000,00).

Ainda segundo o Ibama, as empresas ficaram proibidas de comprar novas cargas de animais para abate, que somente será revertido após a comprovação da origem do gado.

JBS

Procurada, a JBS informou que “não comprou e não compra nenhum animal de fornecedores incluídos na lista de áreas embargadas do Ibama e vem cumprindo integralmente o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o Ministério Público Federal do Pará em 2009”.

A companhia reiterou, ainda, que “não é e não pode ser responsabilizada pelo controle e movimentação de gado de seus produtores. A empresa não tem acesso a Guia de Transito Animal (GTA) – documento de posse e de uso exclusivo do governo -, único responsável pelo controle de trânsito animal. Dessa maneira, é um absurdo que o Ibama queira imputar à indústria frigorífica a responsabilidade por garantir esse controle”.

A JBS concluiu informando que, “no que é de sua responsabilidade, a JBS trabalha com um sistema de monitoramento sofisticado com imagens de satélite e análise de documentos públicos. Fornecedores irregulares são imediatamente excluídos. Nas três últimas auditorias independentes, a JBS obteve mais de 99,9% de conformidade com critérios socioambientais aplicados à compra de gado.”