Cuiabá, 25/5 – A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) considera a isenção temporária do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda de gado mato-grossense para outros estados a única salvaguarda contra a decisão da JSB de suspender a aquisição de animais à vista. Após a delação feita pelos executivos da JBS, a companhia informou às mesas de compra de boi que só pagaria com 30 dias de prazo. A Acrimat pediu então ao governo de Mato Grosso a isenção da alíquota de 7% para que pecuaristas vendam os animais em outros estados.

“Uma possível redução de alíquota para 2,5% avaliada pelo governo de Mato Grosso não será aceita”, disse Luciano Vacari, diretor executivo da Acrimat. “Se a indústria tem o direito de fazer o que quer, temos o direito de salvaguardar os pecuaristas e poder dar mais competitividade ao gado de Mato Grosso, lembrando que a JBS tem 48% do abate aqui e 34% do Brasil”, completou durante seminário “A Força do Campo”, organizado pelo Santander em Cuiabá (MT).

O diretor-executivo da Acrimat disse que mesmo com a série de notícias negativas para o setor – decorrentes da Operação Carne Fraca e da crise da JBS – o abate segue normal nos frigoríficos, a compra de gado prossegue, o consumo de carne não recuou no País e as exportações cresceram. “Não há justificativa para quedas recentes no preço da arroba bovina”, afirmou Vacari. Após a Carne Fraca, a arroba bovina cedeu 10%. Desde a semana passada, com a delação da JBS, o recuo observado em algumas praças do Estado é de até R$ 6 por arroba.

*o jornalista viajou a convite do Santander