Brasília, 07 – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, admitiu nesta quarta-feira, 7, que o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 “não foi o dos sonhos dos agricultores, mas foi o possível”. Ele se referia à baixa de apenas 1 ponto porcentual nas taxas de juros para o principais programas de crédito rural entre a atual safra, que termina em 30 de junho, e o próximo período.

Segundo o ministro, a demanda de sua pasta foi pelo corte linear de 2 pontos porcentuais nas taxas de juros e apenas dos programas menores – o de armazenagem e o de inovação – foram atendidos. “Eu, como ministro da Agricultura, quero juros mais baixos, mas faço parte do governo e não sou agricultor. Enquanto eu olho uma árvore, o governo olha a floresta inteira”, disse. “Eu gostaria de ter juros mais baratos, não vou ficar batendo boca no governo e, no arrocho econômico que o Brasil está, o governo não poderia fazer nada diferente.”

Maggi afirmou que os R$ 190,25 bilhões destinados ao Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 não serão suficientes para atender a toda a demanda de crédito da agricultura, e que o total necessário será suprido por recursos próprios, principalmente pelos produtores mais capitalizados. “Chegaremos, no máximo, a 40% do volume necessário”, explicou.

Ainda segundo o ministro, a alta de 13,4% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no primeiro trimestre de 2017 não vai se repetir nos períodos seguintes, já que os preços agrícolas estão em queda e grande parte da safra 2016/2017 foi colhida e comercializada no período. Maggi previu também que o clima, “se for razoável”, fará com que a próxima safra seja maior que a atual, de 232 milhões de toneladas de grãos, responsável, segundo ele, pelo controle da inflação. “Safra dá tranquilidade para equipe econômica olhar preço de produtos sem sobressaltos”, concluiu.