As medidas anunciadas ontem (20) pelo Banco Central (BC) para estimular e desburocratizar o crédito contribuirão para melhorar o sistema bancário de forma estrutural e duradoura. A avaliação é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em nota, a entidade informou que os bancos colaborarão com a autoridade monetária para que as ações tenham resultados e ajudem a destravar a economia.

“O conjunto de medidas irá contribuir para melhorar o ambiente de crédito de forma estrutural e duradoura. A Febraban e seus bancos associados darão colaboração ativa e construtiva à autoridade monetária para que as medidas anunciadas tenham bons resultados, no prazo definido, e contribuam para o aumento da oferta de crédito, do investimento e para a retomada da criação de empregos”, destacou o comunicado.

Segundo a entidade, a criação de um grupo de trabalho com participação do setor bancário para propor medidas que reduzam os custos da intermediação financeira é uma excelente iniciativa para reduzir os spreads – diferença entre os juros pagos pelos bancos para captarem recursos e as taxas cobradas dos tomadores de empréstimos.

A Febraban também elogiou o apoio manifestado pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, a medidas de melhoria da educação financeira dos cidadãos, a mecanismos de solução de conflitos que evitem processos judiciais e a iniciativas que ampliem a transparência do sistema financeiro. Para a entidade, medidas estruturais, como a simplificação do depósito compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central), a criação das duplicatas eletrônicas e a regulamentação das Letras Imobiliárias ajudam a reduzir o custo do crédito.

“A agenda anunciada pelo Banco Central também contempla medidas estruturais importantes que contribuirão para dar maior racionalidade e transparência às relações entre o Tesouro Nacional e o Banco Central”, ressaltou a Febraban.

A entidade também elogiou o aperfeiçoamento do cadastro positivo, com o fim da exigência para que os bons pagadores informem a disposição de ter as movimentações bancárias autorizadas. O governo quer inverter o processo e obrigar apenas o cidadão que não queira ter os dados analisados pelas instituições financeiras a manifestarem o desinteresse de aderir ao cadastro positivo.

“O aperfeiçoamento do cadastro positivo, com o fim da responsabilidade objetiva e solidária das fontes de informação e dos usuários do cadastro, aumentará os incentivos para sua mais rápida implantação”, destacou o comunicado.