Baden-Baden, 17 – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou passar nesta sexta-feira, 17, uma postura positiva em relação à Operação Carne Fraca, deflagrada hoje pela Polícia Federal. Apesar das preocupações com a imagem do produto brasileiro no exterior, ele fez um paralelo com a concessão de aeroportos, dizendo que, apesar de desconfianças de que não haveria adesão em função de escândalos envolvendo construtoras, o leilão acabou sendo um sucesso.

“A evolução com investigações é muito positiva para o País. Tudo isso faz parte da evolução da economia brasileira”, disse, lembrando que recentemente foi chamado como testemunha em investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Foi uma experiência positiva, útil”, avaliou durante entrevista coletiva realizada ao final do primeiro dia da reunião financeira do G-20 (os 20 maiores países do mundo).

Para ele, o problema atual com as carnes – há acusações de que os produtos eram maquiados – é o mesmo das concessões, mas o leilão acabou acontecendo porque há demanda e o País está crescendo. “O episódio mostrará que Brasil leva a qualidade dos produtos a sério. É uma mensagem positiva”, afirmou.

Sobre a sua relação com a JBS – o ministro esteve no conselho de administração da holding que controlava indiretamente a maior empresa de processamento de proteína animal do mundo -, ele disse que já esteve à frente de muitas companhias e listou algumas delas – a maioria no setor financeiro. “Já estive em várias companhias e tive participação extensa em conselhos. Deste meu ângulo, acho muito positivo esse processo todo”, afirmou.