São Paulo, 17 – A imprensa internacional repercutiu as informações da Operação Carne Fraca, deflagrada na manhã desta sexta-feira, 17, pela Polícia Federal, com foco no combate à corrupção de agentes públicos federais e crimes contra a saúde pública, que colocou sob os holofotes grandes empresas do setor, como a JBS e a BRF.

De acordo com o jornal argentino Clarín, com informações da AFP, a operação chamada em espanhol de “carne débil”, representa um “escândalo no Brasil” que desmantelou uma “gigante rede de carne adulterada para exportação”. A publicação ainda destacou que as ações de grupos como JBS – dona das marcas Big Frango e Seara Alimentos – e a BRF – dona da Sadia e Perdigão, registraram fortes perdas na bolsa de São Paulo.

O jornal catalão La Vanguardia destacou que a Polícia Federal desmantelou “uma gigantes organização criminosa que envolvia várias das maiores produtoras de carnes do país, que subornava agentes sanitários para poder vender carne adulterada, imprópria para o consumo e até vencida”.

A matéria do Wall Street Journal sobre a operação repercutiu a informação de que ao menos um executivo da JBS é alvo da investigação e que 1.100 policiais de sete Estados brasileiros trabalham na ação.

O Financial Times destacou que as principais empresas do setor de carne do Brasil “mergulharam em uma massiva investigação de fraude”.

“As ações das principais empresas do setor no Brasil, incluindo a maior companhia de proteína do mundo, a JBS, baseada em São Paulo, despencaram após a polícia anunciar uma investigação de corrupção contra as empresas”, segundo matéria do FT.

O jornal britânico ainda repercutiu que autoridades do Ministério de Agricultura e Pesca em três Estados brasileiros teriam agido para proteger os grupos e seus parceiros comerciais.

O espanhol El País, em sua versão em português, destacou a informação de que o atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, foi citado em uma conversa grampeada pelas autoridades da operação. “A notícia de que mais um ministro de Michel Temer se vê envolvido em um escândalo de corrupção pode complicar a estratégia do Planalto de não falar sobre os aliados implicados em investigações”, segundo a publicação.