Sinop (MT), 17/1 – A expectativa da consultoria Agroconsult, que organiza o Rally da Safra 2017, é encontrar uma colheita de soja dentro do calendário ideal, durante as visitas a lavouras no primeiro trecho do Rally, que o Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) acompanha. Nesta terça-feira, a expedição percorrerá quatro trajetos diferentes entre Sinop e Sorriso para verificar a situação da soja na região, que, neste ciclo 2016/17, foi favorecida pelas condições climáticas. “O plantio foi melhor do que o do ano passado. No ano passado teve aquele problema de falta de chuva, que atrasou o plantio de soja, e isso foi se refletir lá na frente no plantio da safrinha também, que ficou bem atrasado e acabou ficando uma boa parte (da produção) sob risco climático”, afirmou o coordenador do trecho 1 e sócio-analista da Agroconsult, Fabio Meneghin.

“Este ano, no início de setembro já tinha chuva aqui, principalmente no norte de Mato Grosso. O pessoal começou a plantar dentro do calendário ideal, a partir do dia 15 de setembro, e as informações que nós temos das áreas que já foram colhidas até agora, são de que (o resultado) está dentro do esperado.” Historicamente, o entorno da BR-163 e o oeste do Estado, regiões que serão visitadas nesta primeira etapa do Rally, são as áreas onde mais se planta soja precoce em Mato Grosso, segundo Meneghin.

De acordo com o agrônomo e analista de Conjuntura da Agroconsult, Valmir Assarice, a expectativa de produtividade é de 50 sacas a 56 sacas de 60 kg por hectare para as áreas a serem visitadas no médio-norte mato-grossense. “Nosso número hoje para Mato Grosso é de 53 sacas por hectare. A gente tem relatos de que hoje está se colhendo em torno de 55 sacas por hectares na região. Agora a gente vai a campo para ver se confirma 55 sacas ou não”, apontou.

Segundo Assarice, houve alguns momentos secos durante o plantio e desenvolvimento das lavouras, mas ficaram restritos a áreas pontuais. “Teve um período mais seco lá no início do plantio, que vai se refletir no período de colheita: o pessoal começou a colher e agora tem uma janela de uns quatro, cinco dias, que é o reflexo da seca do fim de setembro, pois a chuva começou, parou e depois engrenou”, afirmou. “Quem está colhendo direto é porque choveu direto (na sua propriedade). E quem pegou um período de seca está dando uma paradinha agora.”

Segundo Assarice, produtores da região têm relatado que o excesso de dias nublados prejudicou o peso do grão e o Rally busca medir isso no campo nas áreas prontas ou quase prontas para serem colhidas.

Segundo Fabio Meneghin, até o momento não há previsão de quebra de safra significativa no Estado. “Está tudo bem melhor do que estava no ano passado. E comparando com uma média de cinco anos, as condições também estão melhores do que as dos outros anos”, ressaltou. “Até o momento, e olhando as previsões de chuvas para as próximas semanas, tem chuva, então, acho que não vai ter problemas de produtividade. Se tiver, serão coisas pontuais.”

Ele ressalta que as chuvas, como a que ocorreu na segunda-feira no fim da tarde e início da noite em Sinop, mais beneficiam o desenvolvimento do que atrapalham a colheita neste momento.

“A maioria das lavouras ainda está em desenvolvimento. Então ainda vai ter bastante enchimento de grãos. E chuvas no fim do dia, como têm ocorrido, são boas, porque o sol é tão forte aqui em Mato Grosso que com três a quatro horas pela manhã de sol já está seco e começa a colher de novo”, informou. “O que atrapalharia é se tivesse uma sequência de três a quatro dias de chuva sem parar, aí sim a gente teria um problema, mas está longe dessa situação”, concluiu

*A jornalista viaja a convite da Agroconsult