Nova Mutum (MT), 20/1 – Produtores de soja de Nova Mutum estão otimistas com o clima até agora favorável e a possibilidade de melhora dos rendimentos nesta safra 2016/17. A Fazenda Mutum, do Grupo Mutum, espera recuperação das produtividades, após a quebra de safra provocada pela falta de chuva no ciclo anterior. Em 2016/17, foram 10.600 hectares de soja plantados nesta fazenda, dos quais 10% já colhidos até o momento.

“Temos áreas que vão produzir acima de 60 sacas de 60 kg por hectare, mas outras que vão produzir por volta de 50 sacas por hectare. A média deve ficar por volta de 55 sacas por hectare, talvez um pouco mais”, comentou o gerente do Grupo Mutum em Mato Grosso, Luiz Divino da Silva, durante visita à fazenda feita pela Equipe 1 do Rally da Safra 2017, que o Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) acompanha. No ciclo passado, a média de produtividade fechou em 42 sacas por hectare por causa da seca durante o desenvolvimento das lavouras.

“De uma forma geral do que a gente está vendo por aí na região, e a nossa fazenda também faz parte disso, a gente vê que deve ser um ano bem melhor do que o ano passado. Ainda tem muita água para passar debaixo da ponte, porque tem de colher, e a gente depende de clima e ciclo. Mas até agora está indo muito bem”, apontou Divino.

“Este foi um ano em que a maior parte dos produtores conseguiu plantar mais cedo do que no ano passado, por isso está conseguindo colher mais cedo. Com isso, será possível plantar o algodão e o milho com uma garantia maior de ficar dentro do período de chuvas adequado. Consideramos que vamos ter uma boa safra de soja, algodão e milho, pelo que a gente está vendo e acompanhando das questões climáticas.” A Fazenda deve semear 4.200 hectares com algodão e 2.200 hectares com milho, ambos em safrinha.

Apesar disso, a área de soja diminuiu em relação ao ano passado, quando haviam sido semeados 18 mil hectares, com a devolução de arrendamentos e foco apenas em áreas mais produtivas. O plantio foi iniciado no dia 20 de setembro, bem mais avançado do que no ciclo anterior, quando foi possível plantar só no dia 5 de outubro e a semeadura ainda foi paralisada até 23 de outubro por causa de um período seco.

“A primeira soja que plantamos (no ano passado) sofreu muito com a seca”, ressaltou o gerente. A previsão de chuvas até domingo está sendo monitorada pelas possibilidades de colheita, já que os acumulados de chuva devem ficar entre 8 mm e 30 mm, e pode haver intervalos de clima seco, quando é possível dar continuidade aos trabalhos de campo. Se o clima colaborar, o objetivo é estar com a safra de soja toda colhida em 5 de março, enquanto a região tende a finalizar os trabalhos no fim de fevereiro.

A opção ciclo mais longo do que o restante da região busca driblar o fato de que algumas terras mistas da propriedade não permitem fazer duas safras. “Se você plantar duas safras ali, não vai ter a produtividade que tem com uma soja de ciclo médio. O nosso solo exige que se plante variedades mais de ciclo médio e tardio”, relatou Divino.

Ainda assim, a fazenda tem investido em ciclos mais curtos dos materiais disponíveis, reduzindo de 120 a 125 dias para até 113 dias. Caso sejam desenvolvidos materiais que permitam maior produtividade em um ciclo ainda mais curto para o tipo de região e solo da Fazenda Mutum, a tendência é optar por eles. “A pesquisa tem uma importância muito grande no contexto da agricultura.”

*A jornalista viaja a convite da Agroconsult