São Paulo, 23 – A colheita de soja atinge 50% da área plantada em Goiás na safra 2016/17, estimou a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-GO) nesta quinta-feira, 23. A associação ressaltou que, embora as chuvas de fevereiro tenham reduzido o ritmo das colheitadeiras, o tempo mais aberto dos últimos dias favoreceu o avanço da colheita. Segundo a Aprosoja-GO, não há registro de perdas por excesso de chuva no Estado.

A Aprosoja-GO estima uma produção total de 10,5 milhões de toneladas de soja em Goiás, com possibilidade de revisão para cima no próximo mês, tendo em vista as condições favoráveis em campo e os resultados já registrados na colheita. “Este é um ano bastante positivo, e devemos obter um crescimento na produtividade média do Estado, superando 53 sacas por hectare”, disse o consultor técnico da associação, Cristiano Palavro, na nota. Ele lembrou que o Estado não sofreu intempéries graves, os investimentos em tecnologia e manejo cresceram substancialmente e a incidência de pragas e doenças em Goiás foi baixa.

Apesar de a colheita estar acelerada, a retração nas cotações da soja após a desvalorização do dólar e o início da colheita no Brasil está adiando o fechamento de negócios. A Aprosoja-GO estima que a comercialização alcance 50% da produção, ante 65% a 70% há um ano. Além de muitos produtores terem retardado as vendas aguardando melhores oportunidades, as mudanças políticas e econômicas no Brasil observadas em 2016, que influenciaram o câmbio, também interferiram na comercialização, conforme a associação. Segundo o presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira, a instabilidade no governo deixou o produtor sem saber se a moeda continuaria subindo ou não. “Ficamos em uma situação difícil no momento de tomar decisões”, afirma Bartolomeu. Segundo levantamento de preços da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a soja está sendo comercializada no Estado por R$ 62,50 por saca em média.

Milho safrinha

A Aprosoja-GO estima que ao menos 65% da área estimada de 1,3 milhão de hectares de milho safrinha no Estado já foi semeada. A associação prevê produção de 7,2 milhões de toneladas, mas pondera que esses números podem variar, a depender do fim da colheita da soja e das previsões climáticas das próximas semanas. “O plantio e colheita mais precoce da soja ampliam a expectativa de aumento da área de milho”, disse Palavro. “Por outro lado, os impactos das graves perdas no ano passado e as constantes incertezas com o clima nos meses seguintes amenizam esta perspectiva de crescimento.” A associação chamou atenção para a preocupação com previsões de uma redução acentuada das precipitações na segunda quinzena de março.