Nova York, 24/5 – O CEO da Glencore, Ivan Glasenberg, disse nesta quarta-feira, 24, a acionistas que a companhia busca expandir sua presença no agronegócio mundial. Embora não tenha mencionado a Bunge, sua declaração evidencia o interesse da empresa de commodities e mineração suíça em adquirir a norte-americana.

“O negócio agrícola sempre foi muito importante para a Glencore e, esperamos, se tornará ainda maior no futuro”, afirmou. Na terça-feira, a Glencore confirmou, em nota, ter feito por meio da Glencore Agriculture Limited, joint venture do grupo, uma proposta “informal” de aquisição da Bunge, que tem valor de mercado de cerca de US$ 10 bilhões.

Nesta quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais da Dakota do Norte, Mark Watne, disse que não vê benefícios no movimento de consolidação no agronegócio. “Estamos em uma fase em que há cada vez menos empresas para o produtor negociar”, afirmou, acrescentando que há concentração também no segmento de insumos.

Somente o setor de agricultura da Glencore reportou receita de US$ 22 bilhões em 2016, ante US$ 66,3 bilhões nas operações de metais e mineração. A Glencore Agriculture Limited é uma das maiores empresas que comercializam trigo, cevada e girassol no mundo, além de ter uma presença significativa na Rússia, União Europeia, Canadá e Austrália. Com 275 instalações de armazenamento, a joint venture emprega cerca de 14 mil pessoas em 17 países, de acordo com o site da empresa.

Já a Bunge está entre as maiores e mais antigas tradings de grãos, com papel importante no fluxo de mercadorias (grãos e gado) do campo até as fábricas de alimentos. Com US$ 42,9 bilhões em vendas no ano passado, a Bunge, junto com Archer Daniels Midland (ADM), Cargill e Louis Dreyfus, integra o chamado grupo “ABCD”, que domina o agronegócio global. Fonte: Dow Jones Newswires.