São Paulo, 26 – A presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, pediu medidas de incentivo ao desenvolvimento do setor sucroalcooleiro no Brasil, que passa por momentos de dificuldades, de acordo com ela. “Perdemos nossa competitividade para a gasolina com o aumento do PIS/Cofins no etanol. Além disso, regras da ANP (Agência Nacional de Petróleo) desfavorecem a produção nacional de etanol e favorecem outros países exportadores”, comentou Farina, na abertura do Ethanol Summit 2017, em São Paulo.

O comentário da executiva endossa o pleito dos produtores nacionais, em especial os do Nordeste, que têm perdido mercado para o etanol norte-americano, produzido a partir do milho e mais poluente que o etanol de cana. A proposta é de que o produto norte-americano seja taxado em 17% – atualmente é zero. “A maioria dos países faz essa taxação e o Brasil ainda não”, lembrou.

O evento, que tem como tema “Um salto para 2030”, discute a ampliação do uso da bioenergia na matriz energética brasileira, tanto o etanol quanto a bioeletricidade. “Temos compromissos voluntários com a sustentabilidade e sabemos que é possível fazer mais e melhor em busca da eficiência energética. Ainda assim, o setor passa por um momento ruim e preocupante”, disse Farina, lembrando que a cana-de-açúcar está presente em mais de 25% dos municípios brasileiros, gerando mais de 1 milhão de empregos. “A bioeletricidade tem tudo para ganhar escala na matriz energética brasileira.”

Farina salientou a importância do etanol para a descarbonização dos combustíveis, majoritariamente os de origem fóssil. “O etanol pode abastecer mais de 70% dos veículos leves no País. Ele é o combustível de primeira geração mais eficiente do mundo.”