O presidente Michel Temer sancionou, no dia 28 de novembro, a Lei 13.364 que torna os tradicionais esportes equestres, no País, em manifestações da cultura nacional e patrimônio cultural imaterial. A aprovação era uma das principais reivindicações das entidades de criadores de cavalos e de esportes equestres. Na lista estão, entre outras modalidades, as provas de rodeio, laço, rédeas, apartação, três tambores, team penning, work penning, paleteada e a vaquejada. Com a sanção, a vaquejada, alvo de inúmeras polêmicas envolvendo maus tratos de animais, passa a ser uma atividade legal nacionalmente. A decisão contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que havia proibido a realização de provas dessa modalidade no início de outubro.

Altas médias

O primeiro leilão da Estância Três Coxilhas, de Barra Velha (SC), registrou a maior receita entre os remates de cavalo crioulo realizados em em novembro e deve ficar entre as maiores médias da temporada. O evento do criador Adelmo Hess faturou R$ 1,45 milhão, com média de R$ 33,4 mil para os 44 cavalos vendidos. Segundo Gonçalo Silva, leiloeiro da Trajano Silva Remates, organizadora do evento, a média acima de R$ 30 mil mostrou a importância dessa estreia.

Salto de rentabilidade

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Com o encerramento da temporada 2016, a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) mostra que o valor de mercado do cavalo da raça brasileiro de hipismo cresceu. A maior média de preço, R$ 79,4 mil, foi registrada em outubro, no leilão Agromen, em Hortolândia (SP). O valor é 54% maior que a média de 2015. Para a CBH, a alta está relacionada à parceria com a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo de Hipismo, que tem fomentado a genética da raça e que resultou em dois animais participando da Olimpíada Rio 2016, realizada em agosto.

Os árabes do ano 

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A 35ª Exposição Nacional do Cavalo Árabe, realizada entre os dias 16 e 20 de novembro, no Helvetia Riding Center, em Indaiatuba (SP), consagrou dois animais como os melhores do ano. O Campeão Ouro Cavalo foi Matisse FM (foto), do expositor Carlos Roberto Menezes, do haras Stigmatas, de Borda da Mata (MG). Já a Campeã Ouro Égua foi Queen Ayda FWM, do criador Paulo de Castro Marques, do haras Lone Star, em Silvianópolis (MG). O evento reuniu cerca de 45 criadores de todo o País expondo mais de 500 animais.

Cânter

O engenheiro agrônomo Marcelo Indarte da Silva, diretor da leiloeira gaúcha Trajano Silva, uma das precursoras de leilões de animais no País, faz uma estimativa do mercado de cavalo crioulo para 2017. Com sede em Porto Alegre, a empresa movimenta 40% do faturamento dos remates da raça nacionalmente, cerca de R$ 58 milhões de um mercado avaliado em R$ 145 milhões.

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Qual a estimativa para 2017?
O mercado de cavalo deve ficar muito parecido com o de 2016. Mesmo ainda não tendo os números consolidados do ano passado, a análise que se faz é de um mercado que ficou marcado por baixos investimentos.

O que prejudicou o mercado?
A instabilidade política e econômica que assolou todo o País foi o que acabou prejudicando os negócios do cavalo crioulo.

Isso freou os investimentos?
Sim. Os criadores interessados em comprar animais seguraram seus investimentos e isso deve se refletir até o primeiro trimestre de 2017, quando teremos uma perspectiva mais clara do mercado.

Mesmo em baixa, é um mercado bom para se investir?
Sim, tem sido um dos melhores investimentos. Há compradores de garanhões que, ao revender as cotas desses animais, estão ganhando uma fortuna. Varia de animal para animal, mas é um retorno de até 25% ao ano. São ganhos bem maiores do que qualquer investimento no mercado financeiro.