Bovinos, suínos e aves, os três principais ramos do setor de carne no País, atravessaram 2012 de olho no preço de grãos, como soja e milho. As exportações do trio devem ficar próximas de US$ 26 bilhões, para quase seis milhões de toneladas. Apesar da importância das vendas internacionais, pois são elas que referenciam preços no mercado interno, este ganha cada vez mais importância. O consumo per capita de 47 quilos de carne de frango por ano, de 35 quilos de carne bovina e de 15 quilos de suínos, no País, ainda é um porto seguro que garante a renda dos produtores.

 

Bovinos

Não é de hoje que o mundo fica de olho no mercado de carne bovina do Brasil. O que acontece no País, dono do maior rebanho comercial e maior exportador global dessa proteína, influencia diretamente nos países consumidores.

As exportações bateram recorde no ano passado. Os últimos levantamentos apontavam para uma receita de US$ 5,8 bilhões. As vendas ficaram acima das de 2008, de US$ 5,4 bilhões, até então a maior da história do País, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). O volume foi superior a 1,2 milhão de toneladas.

A Rússia deve permanecer como o maior cliente da carne brasileira, com volume acima de 245 mil toneladas neste ano.

No campo, os preços médios da arroba do boi gordo na maior parte das regiões produtoras em 2012 não se sustentaram nos mesmos níveis de 2010 e 2011, próximos de R$ 100, nos meses de maior escassez de oferta.

Enquanto isso, os custos de produção permaneceram em alta e dispararam para quem pretendia confinar o gado após a subida das cotações dos grãos, provocada pela quebra da safra americana. A previsão inicial de confinar quatro milhões de animais, em 2012, caiu para 3,4 milhões.

Em relação ao consumo, o mercado interno deve continuar aquecido neste ano, como foi em 2012. No ano passado, a carne consumida no País representou 85% da produção estimada em 9,1 milhões de toneladas.

 

Suínos

Em 2012, o Brasil produziu 3,4 milhões de toneladas de carne suína, um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. Para 2013, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) prevê um crescimento de 1%, bem abaixo do potencial do mercado. No mundo, a produção de carne suína foi menor no ano passado e não há previsão de reversão desse quadro, em função de os preços de farelos e grãos estarem mais pressionados. O cenário abre oportunidades ao País.

No mercado interno, 2012 foi considerado um bom ano, em decorrência do aumento da produtividade nas granjas. Os suínos foram abatidos mais pesados, fazendo com que o custo de produção fosse diluído.

As exportações, em volume, ficaram em torno de 580 mil toneladas por quase US$ 12 bilhões, abaixo de 2007, considerado o melhor ano do último período, com 607 mil toneladas vendidas. Para 2013, a expectativa é ganhar um pouco desse mercado perdido, em função de algumas promessas. A principal delas é o retorno da Rússia como comprador direto do Brasil.

Outra promessa é o início das exportações para o Japão e a Coreia do Sul.

 

Frango

A avicultura foi o setor que mais sentiu a escassez de oferta de grãos e a disparada nos preços de milho e soja. No ano passado, depois de 11 anos consecutivos de aumento de produção, houve queda de um milhão de toneladas no volume produzido, na comparação com 2011. A produção foi de quase 13 milhões de toneladas.

Em 2013, segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), o mercado deve se ajustar. Para a entidade, o preço do milho vai pressionar menos os custos de produção, mesmo se houver uma oferta menor que os patamares históricos. Para a Ubabef, apenas em 2014 a relação entre oferta e preços de grãos deve melhorar para o setor avícola.

As exportações, em 2012, foram de 3,9 milhões de toneladas, gerando uma receita de US$ 7,6 bilhões. Para 2013, a expectativa é ampliar o número de unidades frigoríficas habilitadas para exportar à China, país que tem importado do Brasil 240 mil toneladas. Já foram aprovadas 25, no ano passado. Para este ano, 13 já estão em processo de aprovação, com possibilidade de outras 20 entrarem na lista.