Genética Nelore

Desde o final de 2017, os investimentos na Genética Aditiva, com sede em Campo Grande (MS), e propriedades nos municípios de Terenos, Aquidauana e Jardim, somaram cerca de R$ 5 milhões. O pecuarista Eduardo Coelho, que tinha terras arrendadas, concentrou as atividades nas fazendas próprias, construiu um confinamento, uma fábrica de ração, adubou e reorganizou os pastos em áreas menores. Além disso, construiu novas casas para funcionários e cercou as reservas de mata nas fazendas. Os investimentos em infraestrutura, porém, não afetaram o bem mais precioso da empresa: o melhoramento genético da raça nelore.

Indicado para concorrer ao prêmio da Editora Três por vários programas, entre eles o da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (PMGZ/ABCZ) e o da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Geneplus/Embrapa), pelo quarto consecutivo a Genética Aditiva é a campeã na categoria Genética Nelore do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL. Dono de um rebanho de 6,2 mil animais da raça nelore, Coelho fez os investimentos com um objetivo determinado: testar, em confinamento, o potencial da genética colocada no mercado.

A ideia é testar a eficiência alimentar dos animais e matrizes tiradas do seu trabalho de seleção genética. E tudo isso em confinamento próprio. “No melhoramento, as cadeias de aves e suínos deram muita prioridade à eficiência alimentar”, diz o pecuarista. “Ao trabalhar essa característica, queremos contribuir para a competitividade da pecuária bovina.” A Genética Aditiva vai identificar e multiplicar animais com a melhor conversão alimentar e adaptados ao meio ambiente. Além disso, a empresa segue estudando a precocidade sexual, em busca de animais cada vez mais jovens e aptos à reprodução. “Já eliminamos a recria de fêmeas, adiantando em um ano a prenhez”, afirma Coelho. “É assim que melhoraremos a imagem do Brasil perante mercados exigentes.”

O retorno dos investimentos deve ser alcançado com a venda de touros e de sêmen. A meta para 2018 é fechar o ano com 750 animais vendidos. Somente em seu Mega Leilão, realizado no mês de agosto, foram 333 touros comercializados, a uma média de R$ 14 mil por animal, comprados por 99 criadores de 16 Estados. Nos próximos 3 anos, Coelho quer chegar a mil touros negociados por ano. Outra fonte de renda para o negócio é a venda de sêmen. “Neste ano, tivemos 16 novos touros contratados pelas centrais”, diz. Entre janeiro e outubro de 2017, foram negociadas 422 mil doses. E o trabalho não para. Em 2019, com a maior parte do rebanho com gens mapeados, Eduardo Coelho acredita que será possível subir a régua para a estação de monta, 2019/2020, evitando que animais com algum parentesco venham a se acasalar. No melhoramento do gado, a consanguinidade é um dos obstáculos para que o negócio avance a galope.