As tradicionais bandejas de isopor, usadas para embalar frutas e legumes, podem estar com os dias contados. Pouco ecológicas e responsáveis por um importante passivo ambiental, elas agora têm um concorrente à altura. Pelo menos é isso que garante o empresário Cláudio Rocha Bastos. Engenheiro de formação, depois de passar por várias empresas desse setor, ele decidiu investir em um negócio próprio e identificou no setor de embalagens uma boa oportunidade de aliar meio ambiente e bons negócios. Há oito anos ele fundou a empresa CBPack e desde então vem desenvolvendo a tecnologia para produzir bandejas feitas a partir da fécula da mandioca, um material renovável e biodegradável. Agora, Bastos garante que o produto está pronto para ser comercializado. “Para colocar esse tipo de produto no mercado era preciso ter escala industrial, equipe própria de pesquisa e desenvolvimento e ter patente do produto. Hoje temos todos esses aspectos.”

A técnica consiste em transformar a fécula de mandioca em um composto e a partir desse material produzir as bandejas, que, de acordo com Bastos, se decompõem em até 180 dias. “A bandeja tem uma ótima resistência e as mesmas especificações de uma bandeja de isopor”, ressalta.

MULTIUTILITÁRIO: novo produto parece isopor, mas é biodegradável

Para desenvolver a tecnologia foram investidos cerca de R$ 2 milhões. Hoje, a capacidade da fábrica, localizada em São Carlos (SP), é para 400 mil bandejas por mês e, embora a comercialização ainda seja incipiente, o plano é aumentar a capacidade já no próximo ano. “Nossa previsão é investir R$ 5 milhões até o final de 2009 para produzir dois milhões de bandejas/mês”. Parte desses recursos deve vir do BNDES Par, que, no ano passado comprou 35% de participação na empresa por R$ 1,9 milhão e disponibilizou empréstimo de R$ 2,3 milhões. “Embalagem é um item importante do ponto de vista ambiental, pois produz muito resíduo. Com um produto feito a partir de matéria-prima renovável e biodegradável, você faz uma cadeia ecossustentável”, diz o empresário. Ele afirma que o único empecilho da tecnologia é o preço. “O custo é cerca de duas vezes maior em comparação com as bandejas feitas de isopor, mas isso vai ser reduzido à medida que tivermos uma produção em escala maior.”