De olho em promissores negócios no médio e longo prazo, a multinacional Syngenta aportou de vez no mercado da cana-de-açúcar. Fornecedora de insumos como defensivos agrícolas, o novo plano de negócios inclui, agora, a produção de mudas de alta tecnologia. O novo método pretende substituir os tradicionais toletes de cana de 30 a 40 centímetros usados no plantio convencional, por pequenos pedaços com menos de quatro centímetros, extraídos da “gema” da planta. A novidade trouxe consigo uma ação coordenada com a fabricante de máquinas John Deere, que fabricará uma plantadeira especial para o sistema recém- lançado. “Esse modelo possibilitará uma redução de custo de 15% para o produtor”, garante o presidente da Syngenta para a América Latina, Antonio Carlos Motta Guimarães.

A previsão é de que até 2010, quando se inicia a comercialização do produto, os investimentos cheguem a US$ 100 milhões. Alheia à crise que assola parte das usinas, a companhia aposta no potencial de crescimento do setor ao longo dos próximos anos, partindo da premissa de que o etanol será uma realidade mundial. “Nossa expectativa é de que, em 2015, 30% da cana plantada no Brasil use nossa tecnologia e que esse seja um negócio de US$ 300 milhões por ano”, diz Guimarães. Nos planos da empresa estão a construção de quatro fábricas exclusivas para a produção dessas mudas.

De acordo com o executivo, a grande vantagem de uma muda com o tamanho reduzido é que ela possibilita um trato melhor no solo. Com isso, os plantadores de cana poderão replantar seus campos com mais freqüência, num ganho de produtividade de cinco a 15 toneladas por hectare. “Prevemos também uma redução de 15% por hectare, no custo do plantio.” O presidente explica que a empresa não irá somente produzir mudas e sim oferecer um pacote tecnológico, produzindo sementes de forma personalizada e sob encomenda das usinas. “Assim podemos levar em conta as diferentes características de regiões e de ritmo de trabalho de cada usina. Nossa tecnologia pode ser aplicada a qualquer tipo de variedade.”