De 2008 para cá, nada de boas notícias para o setor sucroenergético brasileiro. Crise econômica, quebras de safra por conta de adversidades climáticas e a prioridade do governo federal em privilegiar políticas em favor da gasolina foram desfazendo os planos de desenvolvimento do setor no País. As dívidas acumuladas das empresas que produzem açúcar, etanol e bioeletricidade através da queima do bagaço e da palha da cana-de-açúcar já somam mais de R$ 70 bilhões, neste ano. Na contramão desse cenário, a Odebrecht Agroindustrial, o braço agrícola do Grupo Odebrecht, que atua fortemente no País e no exterior nas áreas de engenharia, construção, produtos petroquímicos e químicos, encontrou uma brecha para sair do vermelho: investir, mas com foco na gestão financeira do negócio. E deu resultado. Desde a safra 2010/2011, a empresa registrava prejuízos, que culminaram em R$ 1,2 bilhão na safra 2012/2013. Mas, na temporada 2013/2014 a companhia respirou com alívio com lucro líquido de R$ 12,4 milhões e receita de R$ 2,8 bilhões. 

Nas duas últimas safras, os investimentos direcionados aos acertos de rota foram bilionários. Somaram R$ 1,3 bilhão na temporada 2012/2013 e R$ 1,1 bilhão na safra 2013/2014. De acordo com
Luiz de Mendonça, presidente da Odebrecht Agroindustrial, os aportes para a última safra, por exemplo, foram destinados a dinamizar a produção nos canaviais, balancear o mix de produtos ofertados e, especialmente, diminuir os custos de produção. “A implantação de um programa de telemetria levou ao controle total de todas as unidades agrícolas da empresa, que passaram a ser monitoradas nos detalhes”, diz Mendonça. “A redução do tempo parado das máquinas no campo ajudou na produtividade.” 

O resultado do esforço foi o crescimento de 19% na moagem de cana-de-açúcar, saindo de 18,9 milhões de toneladas na safra passada para 22,5 milhões de toneladas. O crescimento da produção de
energia elétrica chegou a 56,8%, totalizando 2,3 mil gigawatts por hora. No açúcar, o salto foi de 36,4%, com 525 mil toneladas do produto, e no etanol o crescimento foi de 15%, ante a safra 2012/2013,
totalizando cerca de 1,5 bilhão de litros. Com o melhor desempenho financeiro, a Odebrecht.

Agroindustrial obteve o primeiro lugar no setor Açúcar e Biocombustíveis no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014. 

Segundo Mendonça, não há plano de mudança de rota na empresa, nos próximos anos, embora deva ocorrer uma certa redução do ritmo de investimentos. Para a temporada 2014/2015, a empresa
está investindo R$ 800 milhões para que a moagem de cana-de-açúcar continue crescendo. A produção deve bater na casa dos 25 milhões de toneladas, 10% acima do volume anterior. “Crescer a esse ritmo
tem um fundamento porque o plano é chegar a 38 milhões de toneladas de cana processadas”, diz Mendonça, para quem a meta será alcançada dentro de uma década. O plano é ousado, como 
tem sido o crescimento acelerado da empresa, que está há apenas sete anos no mercado. Nesse perí Segundo Mendonça, não há plano de mudança de rota na empresa, nos próximos anos, embora  deva ocorrer uma certa redução do ritmo de investimentos. Para a temporada 2014/2015, a empresa está investindo R$ 800 milhões para que a moagem de cana-de-açúcar continue crescendo. A produção deve bater na casa dos 25 milhões de toneladas, 10% acima do volume anterior. “Crescer a esse ritmo tem um fundamento porque o plano é chegar a 38 milhões de toneladas de cana processadas”, diz Mendonça, para quem a meta será alcançada dentro de uma década. O plano é ousado, como tem sido o crescimento acelerado da empresa, que está há apenas sete anos no mercado. Nesse período, a Odebrecht Agroindustrial saiu do zero para se posicionar como a terceira maior processadora de açúcar, etanol e bioeletricidade do País, de um total de 390 empresas que movimentam no setor R$ 100 bilhões por ano. Atualmente, a Odebrechet cultiva 415 mil hectares de cana-de-açúcar e possui nove unidades de processamento nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. 

Para os analistas de mercado, apesar do otimismo da Odebrechet, as empresas que atuam no setor sucroenergético ainda terão um período difícil pela frente. Segundo Arnaldo Corrêa, da Archer
Consulting, os investimentos terão de ser pensados nas minúcias. “Falta planejamento do governo federal para o setor e isso traz dificuldade para que as empresas enxerguem no longo prazo”, diz
Corrêa. Adicionalmente, para o consultor Plínio Nastari, da Datagro, o que atrapalha é a indefinição do retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. “Com ela,
seriam mais R$ 8 bilhões para o setor, além de dar mais competitividade ao etanol”, diz.