Uma pesquisa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que as abelhas “babás” – ou “enfermeiras” – têm a capacidade de aumentar a temperatura do seu abdome. 

A descoberta foi observada na comunidade de abelhas sem ferrão uruçu-nordestina, analisada pela bióloga Yara Roldão, durante sua pesquisa de doutorado sobre termorregulação.

O estudo mostra que algumas das abelhas enfermeiras, que cuidam da prole dentro do ninho, são capazes de produzir calor em seu tórax contraindo a musculatura e armazenando gordura no abdome. Com isso, elas conseguem identificar se as abelhas em desenvolvimento estão vivas.

Entre as diversas funções que as abelhas desempenham no meio ambiente, a de polinizadora para a agricultura é um dos destaques. O que traz interesse sobre a pesquisa para o setor é a capacidade de reprodução e polinização dessa espécie. O fenômeno, até então, só havia sido observado em abelhas com ferrão. 

De acordo com um estudo da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (REBIPP), entre os mais de 250 animais que visitam as culturas agrícolas com potencial polinizador, as abelhas predominam representando 66% das espécies.

O País possui uma grande diversidade de espécies sem ferrão, com alto potencial de polinização em diversos cultivos agrícolas, e apenas 16 são manejadas. O relatório também aponta que esse manejo de polinizadores nativos é uma oportunidade ainda pouco explorada pelo setor.