São Paulo, 12 – O presidente interino da Associação Brasileira de Indústrias de Óleo de Soja (Abiove), Fábio Trigueirinho, destacou que o patamar recorde de US$ 31,5 bilhões em receitas de exportação com o complexo soja (soja em grão, farelo e óleo) esperado para 2017 se dará mais pelo maior volume embarcado pelo Brasil, por causa da safra recorde no País, do que pelo preço da soja. “O recorde de receita de exportação este ano ocorrerá em cima da quantidade”, apontou. “O preço não é ruim, é razoável, mas não é o de US$ 15 a US$ 16 por bushel que já tivemos na soja”, continuou.

A Abiove vê um cenário de estabilidade de preços em 2018, com as cotações da soja oscilando em torno de US$ 10/bushel. Para 2018, a perspectiva é de uma receita de exportação menor, de US$ 30,034 bilhões. “O preço deve ficar próximo ao de 2017, mas esperamos uma receita menor, porque vão diminuir as quantidades exportadas.”

Ainda conforme Trigueirinho, o Brasil surpreendeu, exportando grandes volumes de soja ao longo de todo o ano. “A safra foi tão grande que ficamos mais competitivos em preço no período em que os Estados Unidos seriam mais competitivos. O Brasil aproveitou uma janela de exportação que não seria nossa.” Ele ressaltou ainda que o custo de carregamento da soja no Brasil é mais alto do que nos EUA, o que estimula a continuidade das exportações da oleaginosa enquanto houver estoques confortáveis.