Berlim, 11 – As ações da Bayer fecharam em alta de 3,1% nesta quinta-feira, 11, após a companhia ter obtido uma vitória provisória no recurso contra a decisão que a condenou, em agosto, a pagar indenização de US$ 289 milhões a um jardineiro. Na quarta-feira, a juíza da Califórnia Suzanne Ramos Bolaños determinou, em caráter provisório, um novo julgamento sobre a indenização punitiva, que foi estipulada em US$ 250 milhões em agosto. Segundo o banco de investimento Bernstein, esse valor pode ser reduzido consideravelmente. Os outros US$ 39 milhões foram concedidos como indenização por danos.

Em agosto, um tribunal da Califórnia considerou que o glifosato, um componente essencial do herbicida Roundup, comercializado pela Monsanto, seria a causa do câncer do ex-jardineiro Dewayne Johnson. A aquisição da Monsanto pela Bayer foi concluída em julho. Em setembro, a Bayer entrou com recurso em um tribunal da Califórnia, na tentativa de reverter o veredicto, conseguir um novo julgamento ou reduzir o valor da indenização.

Em sua decisão de quarta-feira, a juíza Suzanne Bolaños disse que os advogados de Johnson não forneceram “indícios claros e convincentes de má-fé ou opressão por parte da Monsanto”. A declaração foi vista por investidores e analistas como uma passo em direção a uma vitória da Bayer.

Um porta-voz do escritório de advocacia Baum Hedlund Aristei & Goldman, que representa Johnson, não quis comentar a decisão.

“Os comentários da juíza na decisão provisória foram mais construtivos do que esperávamos”, disse o analista Gunther Zechmann, do Bernstein. “A indenização punitiva pode ser reduzida significativamente.”

Para a Bayer, conseguir um novo julgamento ou ter a indenização punitiva reduzida é crucial. A Monsanto enfrenta mais de 8.700 processos semelhantes relacionados a produtos à base de glifosato. “A mensagem contida nessa decisão é relativamente forte e pode influenciar membros do júri”, disse Manfred Manns, da Union Investment. Ele observou, no entanto, que além de enfrentar os processos, a Bayer terá pela frente a dura missão de melhorar a imagem da Monsanto.

A Bayer disse nesta quinta-feira que a decisão respalda sua opinião de que o veredicto está em desacordo com pesquisas que mostram que o glifosato é seguro. “O veredicto do júri estava totalmente em desacordo com mais de 40 anos de uso no mundo real, um extenso corpo de dados e análises científicas, incluindo análises aprofundadas feitas por autoridades reguladoras dos Estados Unidos e da União Europeia, e aprovações em 160 países”, afirmou a empresa em comunicado. Fonte: Dow Jones Newswires.