São Paulo, 30 – A AGCO, fabricante norte-americana de máquinas agrícolas de marcas como Valtra e Massey Ferguson, registrou lucro líquido de US$ 69,7 milhões, ou US$ 0,93 por ação, no segundo trimestre deste ano. O resultado representa queda de 50,1% ante lucro de US$ 140,8 milhões (US$ 1,84 por ação) obtido em igual período do ano passado. O lucro líquido ajustado foi de US$ 1,11 por ação.

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As vendas líquidas da companhia somaram US$ 2,0 bilhões no período, queda de 17,2% ante os US$ 2,42 bilhões reportado em igual intervalo de 2019.

O resultado trimestral da companhia veio em linha com o obtido nos trimestres anteriores, quando o lucro líquido já vinha apresentando baixa. A receita marcou o sexto trimestre consecutivo de recuo. Assim como outras empresas do setor, o desempenho da AGCO reflete as dificuldades de comercialização de máquinas e equipamentos agrícolas com a retração de investimento do agricultor, em meio às incertezas relacionadas à pandemia da covid-19 e maior dificuldade de acesso a crédito para financiamento do setor.

No período, todos os mercados da companhia apresentaram retração na receita. O maior declínio nas vendas foi observado na Europa, seguida pela América do Norte, com recuo de 22,8% e 10,2%, respectivamente, entre os segundos trimestres de 2020 e 2019. A receita região da Ásia/Pacífico/África registrou queda de 8,2%, enquanto na América do Sul, as vendas caíram 3,9% no período.

A maior parte do declínio da receita do continente sul-americano foi observada em mercados fora do Brasil, segundo a AGCO. “Embora os benefícios de uma safra volumosa no Brasil e na Argentina, bem como o dólar forte, apoiem uma economia relativamente positiva, os agricultores estão mostrando uma abordagem cautelosa na compra de equipamentos por causa do atual ambiente econômico, político e às preocupações com a pandemia da covid-19”, acrescentou a empresa, em comunicado divulgado para imprensa e investidores.

A AGCO afirmou que o resultado trimestral refletiu, principalmente, reflexos econômicos da pandemia do novo coronavírus. A companhia informou que no período as operações na Europa e na América do Sul foram afetadas por interrupções na cadeia de suprimentos, com menor oferta de alguns componentes, relacionadas aos bloqueios para controle da pandemia da covid-19. Contudo, ressaltou que todas as fábricas voltaram à produção normal durante o segundo trimestre.

O CEO da empresa, Martin Richenhagen, disse que a empresa “superou as interrupções na produção relacionadas à covid-19 na Europa e na América do Sul” e que o trimestre foi “solidamente lucrativo”. “Embora todas as nossas fábricas estejam agora abertas com fortes quadros de pedidos entrando na segunda metade de 2020, ainda enfrentamos um ambiente exigente para gerenciar nossas operações de manufatura, cadeia de suprimentos e pós-mercado. Além disso, a demanda do mercado final teve impacto negativo da pandemia, mas está se mostrando resistente à medida que os agricultores procuram substituir sua frota antiga”, afirmou Richenhagen, no comunicado.

Para o ano fiscal de 2020, a companhia espera vendas entre US$ 8,3 bilhões e US$ 8,4 bilhões e lucro ajustado entre US$ 3,50 por ação e US$ 3,75 por ação. A fabricante disse que a orientação financeira não contempla novas interrupções decorrentes da pandemia da covid-19.