São Paulo, 6 – A AGCO, fabricante norte-americana de máquinas agrícolas, registrou prejuízo líquido de US$ 88,3 milhões, ou US$ 1,17 por ação, no quarto trimestre deste ano, revertendo lucro de US$ 98,7 milhões (US$ 1,28 por ação) em igual período do ano passado. O lucro líquido ajustado foi de US$ 0,94 por ação. Após a divulgação dos resultados, os papéis da companhia negociados na Bolsa de Valores de Nova York recuavam 7,4%, a US$ 67,80 por ação (às 11 horas, de Brasília).

As vendas líquidas ficaram em US$ 2,51 bilhões no período, queda de 3% ante os US$ 2,59 bilhões reportados em igual intervalo do ano anterior. O maior declínio nas vendas foi observado na América do Sul, seguida da região da Ásia/Pacífico/África, com recuo de 20% e 13,3%, respectivamente, entre os quartos trimestres de 2019 e de 2018. Em compensação, a receita na América do Norte apresentou alta de 1,8%.

O resultado trimestral da companhia veio em linha com o obtido nos trimestres anteriores, quando o lucro líquido já vinha apresentando baixa. Já a receita marcou o quarto trimestre consecutivo de recuo. Assim como outras empresas do setor, o desempenho da AGCO reflete as dificuldades de comercialização de máquinas e equipamentos agrícolas com a retração de investimento do agricultor, em meio às incertezas comerciais e às quebras de safras por condições climáticas adversas.

A AGCO afirmou que o resultado trimestral refletiu as condições desafiadoras do mercado, principalmente na Europa e na América do Sul. “Além disso, nossos resultados foram afetados por custos de garantia de novos produtos mais altos do que o previsto, além de cobranças associadas à racionalização de marcas e produtos em nossos negócios de grãos e proteínas”, disse o CEO da companhia, Martin Richenhagen, em comunicado divulgado para a imprensa.

Para o ano fiscal de 2020, a companhia espera lucro líquido entre US$ 5,00 e US$ 5,20 por ação e vendas de US$ 9,2 bilhões, considerando uma demanda global estável. No acumulado de 2019, as vendas atingiram US$ 9,04 bilhões e o lucro ficou em US$ 1,64 por ação.

No Brasil, a AGOC espera ampliar a receita de vendas em 5% até o fim do ano, acompanhando o crescimento do mercado, conforme antecipado à coluna do Broadcast Agro.