Apesar de a Prefeitura de São Paulo ter autorizado a volta gradual do funcionamento dos escritórios na cidade, com horários reduzidos e limite máximo de 20% do quadro de funcionários, há empresas que não vão retomar as atividades presencialmente porque não se sentem seguras de que o momento permite isso.

Com 75 funcionários, a CBA+G, agência de branding e design do grupo WPP, planeja voltar para o escritório de mil metros quadrados que ocupava antes da pandemia no bairro paulista no Brooklin, zona sul da capital, só em 1º de setembro. “Achamos que não é uma opção saudável a volta agora”, diz o sócio-fundador e CEO da companhia, Luis Bartolomei.

De acordo com estudos feitos pela empresa, com base na análise de dados colhidos em cidades que também foram duramente atingidas pela covid-19 e onde funcionam escritórios da companhia, como Milão, Paris e Nova York, e em informações sobre a evolução da doença em São Paulo, a conclusão da empresa é que a pandemia neste momento estaria na fase ascendente. Portanto, não seria momento adequado ao retorno.

Bartolomei conta que a agência fez pesquisa recente com os funcionários sobre o estilo de vida deles: onde moram, condições de transporte até o local de trabalho, entre outras informações, e questionou se queriam voltar para o escritório. O resultado da enquete foi que os funcionários preferem continuar trabalhando de casa. O home office da companhia começou em março e continua até hoje.

“Não há a mínima condição psicológica para retornarmos e não há a mínima necessidade operacional para que isso ocorra”, comentou Bartolomei. Ele diz que uma das preocupações da empresa é com a segunda onda da doença, esperada para 1.º de setembro.

O CEO acredita ainda que em setembro o quadro de funcionários não voltará inteiro ao escritório e metade, provavelmente, vai continuar trabalhando em casa. “Duvido que todo mundo volte em setembro. Muitos não querem voltar, temem voltar. Acho que esse temor vai durar além de setembro.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.