O Ministério da Agricultura confirmou ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a China solicitou ao Brasil informações sobre adoção de medidas de prevenção contra a covid-19 e paralisação de unidades industriais no País por causa de casos da doença. “Caso ocorram novos casos em que o estabelecimento não consiga fazer a contenção de seus trabalhadores, (os chineses) solicitam que sejam comunicados imediatamente. O que será cumprido”, informou a pasta, por e-mail.

Players da cadeia de carnes relataram ao Broadcast Agro que a China está pedindo a frigoríficos brasileiros que assinem uma carta se responsabilizando integralmente pela carga caso ela esteja contaminada pelo novo coronavírus.

+ Carnes: importação pela China aumenta 46,7% em maio, para 820 mil toneladas
+ China veta carne de unidade dos EUA
+ Ministério da Agricultura tem plano para acompanhar nuvem de gafanhotos

O país asiático vem demonstrando preocupação com a contaminação de produtos e suspendeu aquisições de unidades de carne suína na Alemanha e de aves nos Estados Unidos.

Segundo o ministério, não será adotada restrição voluntária de exportação de estabelecimentos com casos ou suspeitas de covid-19 se as empresas estiverem adotando as medidas da Portaria Conjunta nº 19, dos ministérios da Agricultura, Saúde e Economia.

A portaria estabelece as medidas a serem observadas para prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da covid-19 nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano e laticínios.

Quanto aos setores que estariam incluídos na solicitação de informação do governo chinês, o ministério informou que “o pedido foi de forma genérica, mas o foco da preocupação é a indústria de carne”. “Até o momento, o ministério não recebeu qualquer solicitação de informação sobre exportação de grãos”, disse o órgão.

Questionado se havia preocupação com suspensão de importação de alguma planta brasileira pela China devido a casos da doença, a exemplo do que ocorreu em outros países, o ministério informou que “prestou todas as informações solicitadas e espera que sejam suficientes para evitar qualquer possibilidade de embargo”.

“A possibilidade de uma medida como essa – embargo – poderá ocorrer no caso de alguma empresa não adotar ações de prevenção e controle em relação à doença”, informou o órgão.