São Paulo, 11 – A agroindústria brasileira vem encolhendo sua produção neste ano em comparação com 2018, conforme mostra o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) – produção física, elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (GV Agro) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme relatório que cobre até o mês de julho de 2019, no acumulado do ano, dos dez setores da agroindústria acompanhados para a elaboração do índice, metade registrou contração da produção em relação a igual período de 2018, resultando em recuo global de 0,3% até o sétimo mês do ano.

Os segmentos analisados são Produtos Alimentícios e Bebidas; Produtos Alimentícios; Alimentos de Origem Vegetal; Alimentos de Origem Animal; Bebidas; Bebidas Alcoólicas; Bebidas Não-Alcoólicas; Produtos Não-Alimentícios; Insumos Agropecuários; Produtos Têxteis; Produtos Florestais; Biocombustíveis; Borracha e Fumo.

De acordo com relatório da GV Agro, a queda de produção no ano foi puxada pelo segmento de Produtos Não-Alimentícios, com -1,3%. Sob este setor, abrigam-se biocombustíveis (-5,1%); produtos florestais (-3,2%) e borracha (-1,1%). Em contrapartida, os setores que influenciaram positivamente o segmento foram fumo (+1,4%) e insumos agropecuários (+1,3%).

O compartimento de Produtos Alimentícios e Bebidas, por sua vez, cresceu 0,5% no acumulado do ano, estimulado principalmente pela atividade Fabricação de Conservas de Frutas, Legumes e Outros Vegetais, que apresentou 11% de avanço. “Todas as demais atividades pertencentes a este setor registraram queda de produção (no acumulado do ano)”, diz o relatório. “A atividade que mais impactou negativamente o setor de Alimentos de Origem Vegetal foi a de fabricação e refino de açúcar, que se retraiu 7,8% no período e tem um significativo peso na agroindústria”, comenta o GV Agro.

De acordo com o relatório, o setor sucroalcooleiro (representado no PIMAgro pela atividade de Fabricação e Refino de Açúcar e pela produção de Biocombustíveis) tem um peso de 13,3% na agroindústria brasileira. “Entretanto, tanto a atividade de refino quanto a de biocombustíveis vêm apresentando contínuas contrações na produção física, tanto considerando a variação mensal como o crescimento acumulado do ano”, diz a GV Agro.

O centro de estudos destaca, entretanto, que apesar da retração, o desempenho da Agroindústria foi superior ao da Indústria Geral, que, entre janeiro e julho deste ano, se contraiu 1,7% ante igual período de 2018. “Ao retirar a Indústria Extrativa do número da Indústria Geral, tem-se a Indústria de Transformação, que acumulou queda de 0,1% ao longo de 2019 – ou seja, assim como a Agroindústria, um quadro de estagnação”, pontua o texto.

Comparação mensal

Especificamente em julho de 2019, o PIMAgro também sofreu retração ante julho de 2018. A queda foi de 2,8%. “Com exceção do mês de maio de 2019 (que teve crescimento de 13,6%), desde agosto de 2018 a Agroindústria vem apresentando sucessivas taxas de crescimento negativas para essa base de comparação”, diz o relatório do GV Agro, complementando que “a queda da produção agroindustrial, em julho/2019, foi derivada tanto da queda da produção de Produtos Alimentícios e Bebidas (-3,3%), como da queda da produção de Produtos Não-Alimentícios (-2,2%)”.

Apresentaram crescimento, na comparação mensal, os setores de Alimentos de Origem Animal (+3,4%); de Insumos Agropecuários (+1,9%); de Produtos Têxteis (+2,6%) e de Fumo (+2,3%).