Após sinal vermelho acionado pela crise hídrica, os secretários da Agricultura dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul se reuniram com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes. Na agenda, as dificuldades enfrentadas pelo produtor rural após a estiagem que se intensificou no último trimestre do ano passado. Como forma de socorrer os produtores, o ministério considera a possibilidade de mediar um diálogo com insti-tuições financeiras sobre a prorrogação do pagamento de dívidas. Além disso, também está em estudo o apoio de crédito adicional aos municípios onde o governo federal decretou estado de emergência. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda está levantando a dimensão exata das perdas nessas localidades. Novas reuniões virtuais já foram agendadas com órgãos e entidades do agronegócio da região Sul do País.

A TODO VAPOR
Desempenho financeiro das lavouras

Análise realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) — utilizando dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) — listou os 100 municípios mais ricos do Brasil a partir da economia do campo. O valor de produção agrícola somado dessas regiões foi de R$ 151,2 bilhões em 2020 — 32% dos R$ 470,5 bilhões gerados pelo País. A maior parte dos listados está em Mato Grosso (MT), como Sorriso, líder da relação, que gerou R$ 5,3 bilhões. Esse número demonstra a importância da agropecuária para a economia municipal, chegando a representar 26,5% do Produto Interno Bruto (PIB) local. Sapezal, também de Mato Grosso, foi o destaque em cotonicultura e apareceu na terceira colocação com R$ 4,3 bilhões, sendo que a produção agropecuária chega a representar 53,17% do PIB. O levantamento expôs ainda o quanto o agronegócio é essencial para o desenvolvimento econômico e social dessas localidades, seus estados e do País.

CAPACITAÇÃO
Práticas com glifosato

narongcp

A Bayer lançou o curso Educação e Manejo do Glifosato. Gratuito e feito via WhatsApp, o objetivo é melhorar as práticas de manipulação do defensivo agrícola. Realizado em parceria com a Força Tarefa do Glifosato, o projeto visa a melhorar o conhecimento dos operadores de pulverizadores, ensinando diferentes técnicas de aplicação. No decorrer do curso os alunos receberão instruções quanto ao manuseio do produto, o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), formas de armazenamento e cuidados após a aplicação do produto. Para a gerente da divisão agrícola da Bayer, Adriana Ricci, o curso facilita e democratiza o acesso à informação.

CRÉDITO RURAL
A oferta cresceu

Divulgação

O produtor rural ganhou mais uma alternativa de financiamento. A Nagro, agfintech especializada em concessão de crédito agro, anunciou captação de R$ 64 milhões. De acordo com o CEO da startup, Gustavo Alves, “o aporte mostra a evolução da concessão de crédito no mercado agro com benefícios para toda a cadeia do setor”. A ideia é lançar produtos que facilitem cada vez mais o acesso a recursos, aprimorando o viés tecnológico. O investimento também foca em práticas ESG, procurando tornar ofertas mais acessíveis para produtores rurais.

PESQUISA
Fomento à agroenergia

Divulgação

A parceria público-privada entre a Universidade de Passo Fundo (UPF-RS) e a BSBios deu origem ao TecnoAgro, centro tecnológico e científico que tem como objetivo fomentar novos negócios e promover o desenvolvimento do agronegócio e da agroenergia na região Norte do Rio Grande do Sul. Para o diretor-presidente da BSBios, Erasmo Batistella, “sem o agro e sem a agroenergia não teremos futuro”. Na opinião do executivo, o Brasil precisa encontrar maneiras de “produzir de forma sustentável”. A reitora da UPF, Bernadete Dalmolin, afirmou que a iniciativa agregará valor ao agro e contribuirá para o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região.

NABIH AMIN
Presidente da associação dos criadores de nelore do brasil (ACNB)

Após um ano desafiador, com pressão internacional e embargo à carne bovina por parte da China, o presidente da ACNB, Nahib Amin, se mantém otimista. De acordo com ele, esse tipo de dificuldade é um estímulo aos produtores para buscarem melhorias tanto da raça nelore, quanto da pecuária como um todo, o que trará mais produtividade e rentabilidade.

DESAFIOS
“Para diminuirmos os gargalos da pecuária é preciso que tenha um compartilhamento de informações. O dia em que a produção for mais homogênea, com melhor padronização de carcaças, além de oferecermos o produto mais acessível, será o melhor do mundo. Isso é parceria. Temos que acabar com a vaidade.”

COOPERAÇÃO
“Cerca de 80% do rebanho bovino de corte do País tem sangue nelore e sem ele a pecuária de corte brasileira não sobreviveria. É por isso que a ACNB tem a responsabilidade de respeitar e contribuir para que as outras raças também cresçam. O interessante da pecuária brasileira é a integração.”

CERTIFICAÇÃO
“Lançamos em 2021 a etiqueta verde do agro, que certifica a qualidade da carne e o cumprimento das legislações ambientais e trabalhistas. Com esse selo, agregamos valor à produção e sanamos as dificuldades relacionadas a cobranças internacionais.” [O selo da ACNB é gerido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil e segue normas impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento]