Quando o assunto é fertilizante, o Brasil ocupa a 5ª posição dentre os maiores consumidores globais mas, ironicamente, é responsável por apenas 2% da produção global. Em outras palavras, o País é altamente dependente da importação de insumos. Carlos Cogo, consultor em Agronegócios, afirma que a China é uma das maiores fabricantes e fornecedoras de insumos agrícolas do Brasil. Com isso, os impactos da crise energética nas regiões industriais chinesas preocupam por uma possível falta de produto e pelo potencial de afetar as cotações, que não param de subir. “Já estão ocorrendo paralisações e redução de atividades de produção de fertilizantes devido à falta ou interrupção de fornecimento de energia”. Com os custos de produção em alta, o plane-jamento do ano que vem merece uma atenção espe-cial. De acordo com o consultor, é possível que fal-tem fertilizantes para a 2ª safra de milho de 2022.

REDUÇÃO DE DANOS
Pastos melhores e bem cuidados

A ligação da pecuária com o meio ambiente não é à toa: as pastagens ocupam grande parte do território nacional. De acordo com levantamento feito pela MapBiomas, são cerca de 154 milhões de hectares de Norte a Sul do Brasil distribuídos nos seis biomas brasileiros. Para se ter uma dimensão, sua área equivale aproximadamente ao tamanho do estado do Amazonas, que possui 156 milhões de hectares. Mas há uma boa notícia: há 20 anos, 70% dos pastos apontavam sinais de degradação, mas uma análise de imagens de satélite entre os anos de 1985 e 2020 permitiu que especialistas notassem uma redução de 14% das áreas danificadas. Para Laerte Ferreira, professor e pró-reitor de pós-graduação da Universidade Federal de Goiás e coordenador do Levantamento de Pastagens do MapBiomas, a qualidade dos pastos possui uma importância estratégica não só para o produtor, como também para o País. “Pastagens degradadas agravam a contribuição do setor agropecuário para as emissões dos gases que estão alterando o clima, com efeitos perversos sobre a própria atividade agropecuária”, afirmou. Já as pastagens bem manejadas e regeneradas possuem a capacidade de capturar carbono.

NOVA LEI
Estimulo à produção artesanal

Erich Sacco

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou no dia 27 de outubro o Projeto de Lei (PL) 607/2021, que estabelece novas normas para a manipulação, inspeção e fiscalização de qualquer produto artesanal comestível de origem animal. Com o uso de leite cru autorizado por lei, fabricar e comercializar produtos artesanais ficou mais fácil para os produtores paulistas. O coordenador de Bovinocultura Leiteira da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e diretor técnico da Associação de Produtores de Leite (Abraleite), Wander Bastos, acredita que a nova lei aumentará a competitividade e permitirá melhores condições para ampliar o espaço do produtor no mercado.

INFRAESTRUTURA
Concessões aceleradas

MATEUS BONOMI

De acordo com o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o programa de concessão de infraestrutura somará R$ 1 trilhão em investimentos até o final de 2022, sendo que de 2019 até hoje foram contratados 115 leilões que, juntos, totalizam o montante de R$ 550 bilhões. A previsão é que até o final do ano sejam investidos mais R$ 100 bilhões em concessões. As informações foram divulgadas durante sua participação no congresso Paving Hybrid, focado no setor.

DIGITALIZAÇÃO
O agro on-line

SOPHIE CARON

O consumo de produtos e serviços on-line está com preços elevados e, mesmo assim, marketplace voltadas ao mundo agro não param de crescer. A plataforma MF Rural, com sede em Marília (SP), projeta crescimento de até 25% até o final do ano. Com uma média de 3 milhões de acessos mensais, a empresa aponta aumento de 30% dos negócios transacionais quando comparado ao mesmo período de 2020. Os dados da plataforma contribuem para confirmar que o campo está cada vez mais digitalizado e atento às novidades do mundo on-line.

Sem conservantes ou estabilizantes, os produtos da Letti A2 são produzidos dentro da Fazenda Agrindus, em Descalvado (SP), a primeira do Brasil a ter a certificação de vacas A2A2. Apesar da marca ter sido criada em 2007, a família de Diana Jank já produz leite há mais de 75 anos.

Diana Jank, diretora de marketing e comunicação da Letti A2

POTENCIAL

“Em 2018, surgiu a oportunidade de participarmos do projeto de reposicionamento de toda a marca Letti e meu tio Jorge perguntou se eu toparia fazer parte. Desde que começamos a segregar o rebanho e captar apenas o leite A2 para a produção dos produtos, só nascem vacas A2A2 na fazenda. Hoje, estamos em 17 estados e aumentamos 200% a venda de garrafas.”

BENEFÍCIOS

“O leite A2 é naturalmente mais fácil de digerir por conter apenas a proteína beta-caseína A2, a mesma encontrada no leite materno. Para muitas pessoas essa digestão completa faz toda a diferença e acaba com desconfortos como inchaço, dor de barriga, náusea e mal-estar. Não há nenhuma diferença no sabor, cheiro ou textura.”

REPRESENTATIVIDADE

“De certa forma, existe uma carga emocional muito forte de pode dar continuidade ao legado do meu avô, do meu pai e do meu tio. Trabalhar em família tem sido uma experiência especial. Antes eram apenas homens.”