O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma taxa de 0,11% em fevereiro para 1,13% em março, a maior variação e também maior impacto na inflação do mês, de 0,22 ponto porcentual. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) variou 0,07% em março, o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real (1994).

Os preços dos alimentos foram pressionados em parte pela corrida da população aos supermercados em função da orientação de isolamento para evitar a disseminação do novo coronavírus. Também houve forte influência da alimentação no domicílio, que passou de 0,06% em fevereiro para 1,40% em março.

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“Houve alta grande da alimentação em domicílio e a gente acredita que as pessoas estejam comprando muito mais para ficar em casa. Essa alta nos alimentos se justifica tanto pela maior demanda quanto por uma restrição de oferta”, diz Pedro Kislanov, gerente do IPCA do IBGE.

Kislanov não descarta uma queda de produtividade relacionada às medidas de isolamento social por conta do vírus, mas destaca que produtos como cenoura e tomate já vinham tendo sua oferta afetada por questões climáticas.

Nos supermercados, as famílias pagaram mais caro especialmente pelo ovo de galinha (4,67%), a batata-inglesa (8,16%), o tomate (15,74%), a cebola (20,31%) e a cenoura (20,39%). Os preços das carnes, por sua vez, caíram pelo terceiro mês seguido (-0,30%), acumulando queda de 7,70% no ano.

A alimentação fora do domicílio também acelerou na passagem de fevereiro (0,22%) para março (0,51%), puxada pela alta do lanche (1,90%). A refeição, por outro lado, registrou deflação (-0,10%), após a alta de 0,35% no IPCA de fevereiro.