Uma nuvem de gafanhotos foi avistada na cidade de Santa Fé, na Argentina, ameaçando a agricultura local. A previsão do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), do governo argentino, é que os insetos cheguem hoje (23) a cidade de Entre Ríos, ao sul de Corrientes, na fronteira com o Uruguai.

O problema é preocupante para o Brasil pela proximidade com a fronteira do Rio Grande do Sul. A entidade criou um mapa interativo para monitorar a situação e avisar os agricultores. Para as autoridades locais, a nuvem chegou ao País pelo Paraguai.

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As nuvens contêm cerca de 40 milhões de gafanhotos que podem destruir plantações. Eles se agrupam para procurar alimento e boas condições climáticas, com ventos fortes, podem facilitar o seu deslocamento.

O governo tem monitorado a situação desde maio, quando ocorreu o primeiro aparecimento. Na ocasião, a nuvem destruiu uma lavoura de milho em uma fazenda próxima da província de Formosa. O Senasa pede para que os agricultores notifiquem as autoridades em caso de problemas. O órgão tem utilizado o Twitter para se comunicar com os produtores:

Gafanhotos do deserto

Essa movimentação de gafanhotos já é conhecida em países da África Oriental e no Iêmen, onde a situação é controlada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). Conhecido como a maior praga da agricultura, o gafanhoto do deserto (espécie que atua nessa região) ameaça a segurança alimentar desses países todos os anos.

Neste ano, a Índia já teve mais de 50 mil hectares destruídos pela praga. Recentemente, o problema ganhou repercussão nas redes sociais com a chegada dos insetos a áreas urbanas. Os gafanhotos chegaram à Índia pelas fronteiras do Paquistão.