O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, anunciou nesta segunda-feira, 13, que o país não fará os pagamentos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no orçamento de 2022. Na apresentação da proposta ao Congresso, o ministro afirmou que, caso o governo quitasse tais dívidas, o resultado teria de ser uma série de cortes em gastos públicos, incluindo nos subsídios de energia e custos de universidades.

Segundo o ministro, o pagamento também colocaria obstáculos à compra de vacinas contra a covid-19 pelo país. Na Câmara dos Deputados, depois da derrota do governo nas últimas eleições legislativas, que colocou a administração em minoria na Casa, Guzmán projetou uma inflação de 33% em 2022, além de um dólar cotado oficialmente a 131 pesos. Para 2021, o aumento do PIB do país foi revisado de 8,5% para 10%, enquanto a expectativa é por uma alta de 4%.

A intenção do orçamento é a “estabilidade macroeconômica que permita o desenvolvimento da Argentina”, segundo o ministro, que destacou ainda a intenção de atacar os processos inflacionários no país. Guzmán destacou a busca pela igualdade de oportunidades na federação. Além disso, o argentino apontou a intenção de “incentivar um maior dinamismo na geração de divisas e um multiplicador da atividade econômica de curto prazo, e contribuir para as condições de inclusão social”. De acordo com Guzmán, “há um ordenamento gradual, mas claro, das condições de financiamento, visando fortalecer a sustentabilidade da dívida pública, para que o Estado tenha melhor crédito e construa uma moeda mais robusta”.

O ministro voltou a defender medidas contracíclicas durante a crise, especialmente tendo em conta o papel do estado para estimular a demanda agregada. Segundo Guzmán, é necessário que o governo faça investimentos para buscar o desenvolvimento e o fortalecimento do estado. Além da recuperação econômica, o argentino apontou a necessidade de reforçar o poder de compra dos trabalhadores, algo que também ajudaria na retomada, destacou. Outro ponto é a necessidade de investimentos sustentáveis, o que é importante para a competitividade argentina no cenário internacional segundo Guzmán, que lembrou o aumento do interesse no tema, incluindo o mercado de carbono.