O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, 25, que o resultado da arrecadação de 2020 mostrou que não houve “colapso” das receitas no ano passado. A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 1,479 trilhão em 2020, o pior resultado anual desde 2010, quando o resultado somou R$ 1,474 trilhão – considerando valores corrigidos pelo IPCA. O resultado representa um recuo real – descontada a inflação – de 6,91% em relação a 2019.

“Isso foi 3,75% nominal abaixo do ano anterior, o que mostra o vigor da recuperação econômica. No começo do ano as expectativas eram de que houve uma queda do PIB cima de 10% e um colapso da arrecadação, que cai mais do que a economia. A queda da arrecadação em maio de 2020 chegou a 30% nominal e prenunciava um ambiente caótico”, avaliou.

O ministro enfatizou que a queda na arrecadação foi bem menor do que a prevista inicialmente pelos economistas. “Queda (nominal) de 3,75% da arrecadação, no ano de desafio para a economia, é resultado excelente. Essa queda de 3,75% da arrecadação em 2020 em termos nominais é uma queda branda, dada a gravidade do fenômeno (da pandemia)”, repetiu.

O ministro voltou a citar medidas tomadas pelo governo durante a pandemia de covid-19 como a redução do imposto de importação de produtos hospitalares, a suspensão da cobrança do IPF sobre operações de crédito e o diferimento de impostos em mais de R$ 80 bilhões durante o auge da crise. “A partir do 3º trimestre, recuperamos quase tudo. As empresas se recuperaram e pagaram os impostos diferidos, o que é extraordinário. Apenas R$ 8 bilhões não retornaram. Foi uma folga para empresas respirarem diante da asfixia que os impostos colocam sobre a economia”, completou.

Guedes destacou ainda o aumento nominal da arrecadação entre as pequenas e médias empresas que pagam o Simples. “Ou seja, arrecadamos mais em 2020 que em 2019. Foi o vigor da recuperação a partir do terceiro e quarto trimestre que possibilitou o aumente brutal da arrecadação nesse grupo”, acrescentou.