Nos últimos anos, a pecuária seletiva dos criadores de bovinos que apostam em uma produção cada vez mais qualificada vem sentindo os reflexos da demanda por touros, como nunca antes havia acontecido na história do País, como diria o ex-presidente Lula. O período de maior venda desses animais melhoradores de rebanho não se limita apenas a alguns meses do ano, como ocorria até uma década atrás, mas ainda tem seu ponto forte entre os meses de junho e dezembro. É durante esse período, e não mais em setembro e outubro apenas, que estão concentrados os leilões de touros. A busca por bons resultados financeiros, aliada à necessidade de um marketing eficiente para que os resultados apareçam, não está somente na venda pura e simples de um animal. O grande desafio para a pecuária, setor que sempre trabalhou com margens de lucro apertadas, é avançar nessa questão, aumentando-as.

Atualmente, na disputa por terras entre a agricultura e a pecuária, o nome do jogo passa a ser foco no negócio. Bois destinados aos frigoríficos para serem transformados em carne de qualidade na mesa do consumidor, e a preço acessível, não são uma tarefa fácil para o pecuarista usuário de touro melhorador. Mas são esses animais superiores que levam o empresário a um amadurecimento inquestionável em relação ao seu papel no mercado. Erros, certamente, comprometem anos de trabalho, porque a pecuária, por mais que se ganhe escala e produtividade, sempre será uma atividade de ciclo longo. Por isso, quando um selecionador de gado coloca seu touro no mercado, o pós-venda é uma ferramenta importante e garantidor de parte do retorno financeiro. Para esses empresários rurais, o objetivo final é sempre o mesmo de seus pares nas cidades: ter clientes satisfeitos e fidelizados por anos a fio.

Os programas de melhoramento genético – há vários no País a oferecer animais superiores, têm se tornado cada vez mais determinantes para direcionar a escolha do comprador. Mas, para quem produz touros e trabalha sob a pressão dos resultados, há muitas perguntas no ar. Entre elas, saber o que faz realmente a diferença quando o assunto é vender, como enfrentar a concorrência entre os produtores de touros e como garantir liquidez nas vendas.

A resposta para todas as perguntas acima não é simples, mas ficar de olho em fatores como o desempenho da economia do País, o preço da arroba do boi gordo, o comportamento das exportações de carne e as previsões de médio e longo prazo já é um bom começo. O cenário econômico tem tudo a ver com o mercado de touros. Em um mundo globalizado, só investe quem consegue enxergar o futuro. Atualmente, por exemplo, é difícil quem venda touro sem embutir no pacote de benefícios ao comprador o frete grátis, além do pagamento facilitado em parcelas. Mas, o pós-venda é mais que isso. Ele exige relacionamento. Isso significa acompanhar de perto o desempenho do touro vendido e monitorar os resultados obtidos pelo investidor. Só assim é possível saber o valor da genética colocada à venda, não só financeiro, mas também da parceria que deve reinar na cadeia produtiva da carne bovina. O comprador de touros que se sente acolhido, respeitado e acompanhado em seus resultados não só volta nos anos seguintes para comprar outro touro como também propaga os resultados obtidos no campo e divulga a marca utilizada.

Por isso, na elevada conta exigida para se produzir animais superiores, fazer a diferença para o cliente chega a ser um esforço barato. Não custa muito, por exemplo, a visita de um gerente à fazenda do comprador, para promover um esclarecimento técnico ou mesmo providenciar a troca de um animal. Em muitos plantéis esse “olhar de perto” vem se traduzindo em resultados excepcionais de até 80% de retorno de clientes. Além disso, monitorar o desejo do comprador e os resultados obtidos no campo ajuda a encontrar padrões ainda melhores para a produção de touros no País, garantindo um futuro promissor à pecuária de qualidade.