Alysson Paolinelli 

Claudio Gatti

A medalha Luiz de Queiroz, da Esalq/USP, é destinada a personalidades por seus méritos e serviços prestados ao agronegócio. Mas poucos têm esse privilégio. Este ano, ela foi concedida ao ex-ministro da Agricultura e agrônomo Alysson Paolinelli, 81 anos. O atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), foi um dos responsáveis pela consolidação da Embrapa, a mais importante instituição pública de pesquisa agropecuária do Brasil. Na Abramilho, Paolinelli tem trabalhado para dar sustentabilidade à cultura do cereal, que na safra 2016/2017 foi de 97,7 milhões de toneladas, 46% acima do ciclo anterior.

Antonio Jorge Camardelli 

Napoleone

De “chapéu na mão”, o médico veterinário gaúcho Antonio Jorge Camardelli tem saído mundo afora para retomar os contatos com as nações compradoras de carne bovina, na tentativa de recuperar a imagem brasileira, arranhada pela Operação Carne Fraca, deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal. À frente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), desde 2010, o executivo quebrou as barreiras comerciais e sanitárias, ganhou a confiança de alguns parceiros comerciais e projetou esse setor no mercado internacional. Camardelli também ajudou o País a abrir de vez o mercado americano para a carne bovina brasileira in natura. A abertura desse mercado era o maior anseio do setor.

Arnaldo Manoel de Souza Machado Borges 

Divulgação

Desde o ano passado, quando assumiu a presidência da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, o veterinário Arnaldo Manoel de Souza Machado Borges, 64 anos, tem buscado novas parcerias para fortalecer as raças zebuínas. Ele está à frente da entidade que reúne 23 mil associados, criadores de raças que representam 80% do rebanho de 218 milhões de bovinos no País. Uma de suas missões é aumentar a influência do Programa de Melhoramento Genético do Zebu (PMGZ). A iniciativa é o maior projeto já desenvolvido pela entidade. Em 25 anos, o PMGZ já avaliou cerca de 12 milhões de animais das raças nelore, nelore mocho, guzerá, tabapuã e gir. Este ano, o programa passou a ser internacional e a entidade vai replicá-lo em outros países, para a melhoria dos rebanhos na América Latina. Entre os interessados estão Panamá, Costa Rica, Guatemala, Bolívia e Colômbia.

As lideranças institucionais do agronegócio têm trabalhado para melhorar a imagem do País no mercado internacional

Carmen Perez

Marcelo Uemura

Em março deste ano, a pecuarista Carmen Perez, 38 anos, proprietária da fazenda Orvalho das Flores, no município de Barra do Garças (MT), assumiu a presidência do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA). Mas seu protagonismo como liderança no campo não é novo. Perez é uma das fundadoras do NFA, grupo que nasceu em 2011 para discutir temas ligados à gestão financeira, econômica e social nas fazendas. O grupo fechado, composto por 23 fazendeiras, se tornou referência e tem inspirado a formação de outros núcleos de mulheres gestoras de seus negócios. No trabalho de campo, ela também se destaca. Há cerca de dez anos, Perez vem trabalhando em parceria com o grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal da Unesp, coordenado pelo professor Fernando Paranhos, para aprimorar técnicas de bem estar animal nas fazendas.

Edmundo Klotz

Julia Moraes

Há 31 anos, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), o engenheiro civil Edmundo Klotz, persegue uma meta: a alimentação saudável. Em um acordo firmado com o Ministério da Saúde, Klotz comandará uma cruzada até 2020 para reduzir em 28,5 mil toneladas o uso de sódio nos alimentos. Além do sal, Klotz também levanta a bandeira de níveis mais baixos de açúcar e gorduras trans nos alimentos, que deve ser reduzido nos próximos anos. A Abia representa cerca de 70% da indústria de alimentação do País, setor que faturou R$ 614,3 bilhões em 2016.

Elizabeth Farina 

Pedro Dias

Em um setor hegemonicamente masculino, e que passou por várias crises, está nas mãos de uma mulher a apresentação do setor sucroenergético no País. Na presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) há cinco anos a economista Elizabeth Farina tem unido os 120 associados da entidade em busca de soluções para o setor. Por isso, neste ano, ela foi homenageada como presidente de honra da mais importante feira para o setor, a Fenasucro e Agrocana. É a primeira vez que uma mulher recebe esse reconhecimento nos 25 anos de realização do evento. Suas ações na Unica também foram vitais para a aprovação das diretrizes do RenovaBio, programa que estabelece estratégias para os biocombustíveis na matriz energética nacional.

Glauber Silveira da Silva 

José Medeiros

O engenheiro agrônomo Glauber Silveira, 45 anos, é o atual presidente da Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), entidade que reúne cerca de 30 empresas da cadeia de reflorestamento. Além disso, Silveira participa de diretorias de entidades, como a Aprosoja, a Abramilho e a Abag. É, também, uma voz atuante no governo, como presidente da Câmara Setorial da Soja do Ministério da Agricultura. Silveira é reconhecido no setor como um líder de ideias combativas, como a de fortalecer o setor de florestas plantadas através de produção de bioenergia e não apenas com a celulose. Também é um dos líderes que levantam a bandeira do etanol de milho no Centro-Oeste, como saída para a produção.

Francisco Turra

Kelsen Fermandes

Símbolo do desenvolvimento do setor de suínos e aves, o advogado, ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, 75 anos, recebeu diversas homenagens por causa de sua militância no setor, este ano. Uma delas foi a de Personalidade do Agronegócio, premiação concedida pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Sempre à frente em missões internacionais para abrir novos mercados aos produtos brasileiros, em 2017, Turra se destacou no processo de autorização de três frigoríficos brasileiros para exportar carne suína à Coreia do Sul. É a primeira vez que este país abre seu mercado à proteína suína produzida no Brasil. Outro mercado aberto foi o peruano.

João Martins da Silva Junior 

Divulgação

Reeleito à presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em setembro deste ano, o administrador de empresas João Martins da Silva Junior continua no comando da mais importante entidade do setor, criada há 66 anos. Com uma trajetória de 50 anos ligada às questões do campo, e na presidência da CNA desde 2015, Silva Junior tem sido o articulador de importantes questões em defesa do produtor rural. Entre os seus desafios estão o incentivo à contribuição sindical voluntária e à renovação do sistema da CNA. A entidade sustenta uma das maiores redes de extensão técnica no campo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho 

Kelsen Fernandes

O engenheiro agrônomo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, 66 anos, tem se destacado à frente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Presença constante em importantes eventos e debates, neste momento ele considera importante, para o País, firmar acordos comerciais internacionais para ampliar as exportações. Também considera fundamental reforçar a estratégia do RenovaBio, para estimular a produção de energia renovável. Outros temas de peso para a Abag é aprofundar as reformas trabalhista e tributária. No comando da Abag, Carvalho tem orgnizado anualmente o Congresso Brasileiro do Agronegócio. Desde que foi criado em 2002, o congresso se tornou um evento quase obrigatório para lideranças do setor.

Marcelo Weiland Barbosa Vieira 

Claudio Gatti

Produtor de café, cana-de-açúcar e pecuária em Minas Gerais, o engenheiro mecânico Marcelo Weyland Barbosa Vieira, 59 anos, assumiu em 2017 a presidência da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e tem apoiado as questões de segurança jurídica e de interesse social, como a resolução de conflitos entre produtores rurais e indígenas, além de ampliar a influência da entidade no País e no Exterior. Em setembro, ele participou de um evento do Fundo Mundial para o Meio Ambiente, em Nova York, nos Estados Unidos. Lá, apresentou o projeto “Reduzindo o Desmatamento na Cadeia Produtiva de Soja”, chamado de GEF Matopiba, com foco no desenvolvimento sustentável nos Estados do Tocantins e da Bahia.

Márcio Lopes de Freitas

Adriano Machado

O trabalho do executivo Márcio Lopes de Freitas salvou a lavoura das cooperativas agrícolas do País. No comando da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Freitas foi uma militância ativa para assegurar normas de crédito mais justas para o setor nesta safra 2017/2018. A OCB reúne 13 ramos distintos, entre eles o da agropecuário. No caso, ele fez com que o Conselho Monetário Nacional voltasse atrás em uma série de normas que prejudicavam o setor, como maior burocracia e prazos reduzidos para determinadas operações de crédito. Sem mudanças, a tomada de crédito corria o risco de se tornar inviável.

Márcio Milan

Divulgação

Ao comprar frutas, legumes e verduras, o consumidor já pode saber de onde eles vêm, o dia que foram colhidos e o tempo corrido após a última aplicação de defensivos agrícolas. Informações como essas vêm do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama), desenvolvido pela Associação Brasileira de Supermercados. A iniciativa de adesão voluntária de produtores alcançou tamanha projeção, graças ao trabalho de Márcio Milan, 68 anos, superintendente da entidade e coordenador do Rama. No ano passado, o volume de produtos rastreados pelo programa cresceu 23,6%, chegando a 1,2 milhão de toneladas de alimentos.

Marcos da Rosa 

Ruy Baron

A boa colheita de soja na safra 2016/2017 ocorreu por causa do clima favorável e também pelos agentes do setor que investem esforços para desenvolver a produção da oleaginosa. Este é o caso do agrônomo e produtor Marcos da Rosa, 51 anos, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil). Rosa tem atuado na busca por políticas que levem o setor a uma maior segurança na produção do grão. Na safra passada foram 114 milhões de toneladas, 19,5% acima do ciclo anterior, mas o agricultor ainda precisa de sustentabilidade financeira, seguro e segurança jurídica para produzir.

Zênia Aranha da Silveira 

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O agronegócio ainda é um espaço muito masculino, onde as mulheres lutam para conquistar maior relevância nas áreas de comando. Combatendo neste universo está Zênia Aranha da Silveira, presidente da Comissão das Produtoras Rurais da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) há 17 anos. Na luta contra o preconceito, a presidente identifica a desinformação como o maior obstáculo ao sucesso feminino no campo. Suas armas têm sido seminários, fóruns, visitas técnicas e dias de campo para capacitar as mulheres no agronegócio.

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