Com a promessa de maior rendimento da fibra, novas sementes transgênicas chegam ao mercado para a safra de 2014/2105.

Tudo indica que a safra 2014/2015 de algodão terá mais uma temporada de caça às lagartas, especialmente a temida Helicoverpa armigera, que na de 2012/2013 causou perdas econômicas estimadas em R$ 2 bilhões no oeste da Bahia, incluindo as lavouras de grãos. Para combatê-las, as produtoras de sementes e defensivos estão apresentando suas armas. Em julho, a Bayer CropScience apresentou em Trindade (GO), em um de seus centros de pesquisa, três variedades de algodão transgênico resistentes a insetos e a herbicidas à base de glifosato e glufosinato de amônio. 

Um dos grandes destaques da nova geração de plantas desenvolvidas está no rendimento da fibra. Ensaios no campo mostraram um aumento de até 3% na produção. “A floração, em média, pode chegar a 16 botões, por planta, em toda a área cultivada”, diz Marcus Lawder, gerente de marketing de Sementes de Algodão da Bayer. No Centro-Oeste, onde está ocorrendo a maior parte dos testes de campo, a produtividade média da pluma é de 1.435 quilos por hectare. “Com mais tecnologia, vai sobrar tempo para o produtor gerir melhor o trabalho das máquinas nas lavouras, por exemplo, ao mesmo tempo que diminui a aplicação de agroquímicos.” 

As três variedades que a Bayer apresenta ao mercado são de ciclos curto, intermediário e tardio, com intervalos que podem chegar a até quatro meses, entre plantio e colheita.  Essas cultivares possuem dois genes de resistência a outros insetos, além da temida helicoverpa. Integram a lista, ainda, as lagartas militar, rosada, falsa medideira, das vagens e da maçã. “Devemos nos preparar sempre para combater todas as lagartas na cultura do algodão, pois em alguns anos teremos uma maior incidência da helicoverpa, e em outros, dos demais tipos”, diz o pesquisador e desenvolvedor de sementes de algodão da Bayer CropScience, Allan Silva. “Com a adoção de práticas de manejo integrado de pragas (MIP), uso de variedades com genes Bt para o controle das principais lagartas do algodão, associadas ao uso adequado de inseticidas, podemos combater eficientemente o complexo de lagartas que atinge a cultura do algodão.” 

Além do efetivo estabelecimento da área de refúgio, que, segundo os técnicos, deve corresponder a 20% da área total cultivada, o produtor deve fazer o monitoramento regular da lavoura. “Isso precisa ser feito de três em três dias, com o levantamento de mariposas, postura de ovos e contagem de lagartas, para que realizem as aplicações no momento correto de acordo com o MIP”, diz Silva. 

Para a safra 2014/2015, a Bayer está disponibilizando um estoque de 150 mil sacas de 60 quilos de sementes. Esse volume é suficiente para o cultivo de 30% da área plantada da fibra. Aos produtores, o custo da semente transgênica é de US$ 240 por hectare. Na safra passada, o Estado que mais produziu pluma de algodão no País foi Mato Grosso, com 731 mil toneladas colhidas, seguido por Bahia, com 357 mil toneladas. Em todo o Brasil foi 1,3 milhão de toneladas, 55% a mais do que se colhia há uma década.