Na Expointer, os animais são, definitivamente, as atrações da festa que vai até o dia 1° de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. E eles são milhares, de diferentes tipos e raças: bovinos, equinos, caprinos, ovinos, animais de pequeno porte, como as chinchilas, e até cães. Neste ano, são 3.975 animais “de argola”, aqueles que participam de julgamentos e provas, mas há também os rústicos, que estão na feira para venda ou leilões e não estão computados nos números oficiais.

Os destaques, apesar da diversidade, ainda são os equinos, bovinos e ovinos. A prova do Freio de Ouro, que ocorreu neste domingo, da raça dos cavalos crioulos, é um fenômeno de público. Mas os cavalos estão presentes com várias outras raças como árabe, mangalarga, paint horse, appaloosa, quarto de milha e percheron, além dos pôneis.

Entre os bovinos, há raças de corte (aberdeen angus, braford, hereford, devon, charolês etc), de leite (jersey, holandês, gir leiteiro e girolando) e mistos (pardo suíço e simental). O setor de bovinos leiteiros, aliás, registrou maior participação no número de animais: passou de 334 em 2018 para 393 animais em 2019, crescimento de 17,6%.

“No gado leiteiro aqui na Expointer temos duas raças de origem britânica: a holandês e jersey. A raça holandês se destaca pela alta produção de leite. Já a jersey tem uma produção um pouco menor, mas com qualidade de leite, com mais gordura. A raça girolando é um cruzamento das raças holandês e zebuína gir. E a gir leiteiro é uma variedade de raça zebuína que pode ser até de dupla aptidão (produção de carne e leite)”, explicou o zootecnista Pablo Charão, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), que atua na supervisão regional em Osório.

Gabriel Barros é capataz da Cabanha Santo Ângelo, de Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste do Estado. Ele e o cabanheiro José Luis Figueiredo Peres são os responsáveis pelo trato dos animais da raça hereford (bovinos de corte) durante a feira.

“Esta é uma raça característica para a produção de carne. É uma raça européia, mas que se adaptou bem aqui, por conta do frio rigoroso. É um bicho manso, de fácil trato, que chega a 500 quilos, em campo nativo, alcançando 800, 900 quilos, em confinamento”, explicou Barros.

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Ovinos da raça texel – Foto: Fernando Dias / Seapdr

O total de inscrições de ovinos também teve crescimento: de 709, em 2018, para 782 animais este ano. “Nos ovinos, temos a raça merino, a principal raça de lã do mundo, a texel, que tem a maior representatividade na Expointer e é uma das principais raças de carne de ovelha. E os ovinos naturalmente coloridos, que são várias raças e que teve maior crescimento no últimos dois anos”, afirmou Eduardo Amato, médico veterinário que foi jurado em provas de ovinos naturalmente coloridos realizadas na manhã do domingo (25/8) na pista 10.

Dagoberto Giordano, 63 anos, e Luiz Pedroso Maldana, 71 anos de vida e 50 de experiência com ovinos, tratam de animais da raça merino australiano. Para Maldana, o grande atrativo da Expointer é a evolução e a variedade das raças: “Tem até umas raças meio sumidas que estão voltando”.

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Luiz Pedroso Maldana e Dagoberto Giordano, com ovelha da raça merino – Foto: Fernando Dias / Seapdr

No Pavilhão dos Pequenos Animais, um dos espaços prediletos das crianças e do público urbano, o movimento é tão grande que fica difícil circular pelo espaço nos finais de semana.

“Lá a gente encontra os coelhos, as chinchilas e os pássaros. Desde as aves de produção, como galinhas, até as aves ornamentais, como marrecos, pavões e faisões. É muita diversidade de raças. Cerca de 1.500 animais estão expostos. É o pavilhão mais visitado da feira” disse o zootecnista Pablo Charão.