O Banco Central (BC) repetiu nesta terça-feira, 11, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que em seu cenário básico para a inflação permanecem fatores de risco em ambas as direções – ou seja, no inflacionário e no desinflacionário.

Em ideias que já constaram na decisão da semana passada, quando o colegiado elevou a Selic (a taxa básica de juros) em 0,75 ponto porcentual, para 3,50% ao ano, o Copom reafirmou hoje que, por um lado, “o processo de recuperação econômica dos efeitos da pandemia pode ser mais lento do que o estimado, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado”.

Por outro lado, o BC repetiu que “novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do País, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem pressionar ainda mais os prêmios de risco do País”.

Ao tratar deste segundo risco, que é inflacionário, o BC também voltou a considerá-lo preponderante neste momento. “O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, disse a autarquia.

Sobre as reformas, o BC também repetiu que “perseverar” é “essencial para permitir a recuperação sustentável da economia”. “O comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, acrescentou ao BC.