Por qualquer ângulo que se observe, a Ambev, formada em 2000 a partir da fusão entre as até então arquirrivais Brahma e Antarctica, é uma gigante. Com faturamento líquido de R$ 34,8 bilhões em 2013, a fabricante de bebidas se tornou a empresa brasileira de maior valor de mercado, superando a Petrobras e a Vale do Rio Doce, levando-se em conta a cotação de seus papéis negociados na Bolsa de Valores 
de São Paulo (Bovespa). A companhia pertencente à AB Inbev, o maior grupo cervejeiro do mundo, que tem entre seus controladores os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Teles e Beto Sicupira,
emprega um verdadeiro exército de 52 mil funcionários, dos quais 37 mil baseados no País. Por conta disso, poderia parecer ilógico imaginar que a empresa se preocupa com nichos específicos ou que
seus executivos tenham tempo para cuidar de negócios de pequena monta. Ao contrário. Para se manter no topo, a Ambev, vencedora do setor Bebidas de AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014, não deixa passar nenhuma oportunidade de consolidar seu domínio. Para os executivos comandados pelo CEO João Castro Neves, cada negócio tem tudo para ser um grande negócio. Um bom exemplo dessa visão foi a criação de formatos de franquias para quem deseja empreender no varejo de bebidas. Tratava-se de um modelo inédito, até então, no setor. Mais que uma opção para empreendedores, os seis formatos desenvolvidos pela cervejaria foram premiados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e serviram de base para as concorrentes. A Ambev também criou um portal de internet para a venda de acessórios, como mesas e cadeiras, além de conjuntos de copos personalizados com a logomarca de seus principais produtos. É com esse mesmo ímpeto de inovação e parceria que a empresa se relacionacom as 2,2 mil famílias de agricultores parceiros no plantio da cevada.

Para seguir crescendo, a direção da Ambev não tem economizado recursos. De acordo com o relatório anual de 2013, em quatro anos foram aplicados R$ 10 bilhões. Nesse valor estão embutidos
desde os recursos destinados à ampliação da produção até programas de treinamento e gestão que a transformaram num modelo para o setor. 

Outra companhia de bebidas que se destacou no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014 foi a Brasal Refrigerantes, engarrafadora da Coca-Cola de Brasília. A Copa do Mundo ajudou e muito, neste ano, sem dúvida. Mas, antes mesmo de a bola rolar no estádio Mané Garrincha, seus 2,2 mil funcionários já estavam dando duro. Afinal, a capital federal e o Rio de Janeiro seriam palco do maior número de jogos: sete, cada. Para receber os turistas, a empresa celebrou parcerias com a Coca-Cola em ações de marketing. Uma delas incluiu a criação de um quiosque no Aeroporto de Brasília, no qual os turistas podiam degustar o refrigerante símbolo da empresa, além de receber o Passaporte da Felicidade, com dicas de lazer e gastronomia típica de Brasília. Com o impulso da Copa do Mundo, a empresa deve fechar o ano com receita líquida de R$ 620 milhões, 9,87% acima de 2014. Mas o horizonte econômico se mostra desafiante na visão de Jean Claude Blaffeder, diretor-geral da vicecampeã do prêmio da DINHEIRO RURAL. “A inflação prevista para os próximos anos e a reforma tributária do setor de bebidas são temas que geram preocupação”, diz. Apesar de ter entrado em estado de atenção, o executivo não deixa de trabalhar duro. Prova disso é que já está definindo estratégias para capturar os benefícios que o setor de bebidas, em geral, deve obter com a realização dos Jogos Olímpicos de 2016, que  contecem no Rio de Janeiro. “A Copa do Mundo passou e já estamos olhando o que podemos capturar com a Olimpíada.”