Alegando indisposição, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição, não compareceu ao primeiro debate entre os candidatos ao Palácio Tiradentes, neste domingo, 7, promovido pela Band Minas, que manteve a cadeira reservada ao mandatário vazia no cenário. O político do Novo só comunicou à emissora sua decisão de não comparecer poucos minutos antes do início do programa.

Por meio de nota, Zema disse que aguardou “até o último momento para avaliar se estaria em condições plenas para ir ao programa desta noite. Contudo, por ainda não me sentir totalmente recuperado da indisposição que tive nessa semana, que inclusive me impediu de realizar as agendas desde a última terça-feira, não será possível a participação”.

Há cinco dias, Zema cancelou todos os seus compromissos por questões de saúde, mas não informou as causas de sua indisposição. Também por meio de nota, na terça-feira, 2, o governador afirmou que os exames realizados foram “não conclusivos” e que permaneceria “em repouso”, não especificando se ficaria internado em um hospital ou em sua casa.

Participaram do debate o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), o senador Carlos Viana (PL), o ex-deputado Marcus Pestana (PSDB) e a professora Lorene Figueiredo (PSOL), que concentraram suas baterias contra a gestão Zema e sua ausência no debate, e evitaram críticas entre si, num debate marcado pela cordialidade.

Serra do Curral

Além da ausência de Zema no debate, segurança pública e a questão da autorização para mineração na Serra do Curral, cartão postal de Belo Horizonte, foram os temas mais abordados entre os quatro candidatos. Autorizada recentemente por Zema, a exploração mineral na área da Serra do Curral é desaprovada por todos os candidatos, exceto Zema.

“O que temos é gente ausente, sempre ausente”, disse Kalil”, sobre o governador. Viana lamentou que o mandatário não tenha ido ao debate “prestar esclarecimentos” sobre o aumento da dívida de Minas Gerais em 12%. “Nós (Minas Gerais) somos um Estado falido”, afirmou.

Marcus Pestana e Lorene Figueiredo também questionaram a ausência de Zema. “Ele Zema escolheu deixar 4,5 milhões de pessoas passando fome para dar isenção aos super ricos, milionários. Não dá para viver em um Estado em que uma criança liga para a Polícia Militar para dizer que está passando fome”, afirmou a candidata do PSOL.

Kalil criticou a gestão do governador na área de segurança pública. O ex-prefeito de Belo Horizonte disse que “Zema não cumpriu a promessa de aumentar o salário de policiais civis e militares. O problema da segurança pública não é falar que vai dar aumento. Falar que vai dar aumento e não ter dinheiro é infantil”, disse.

Viana, por sua vez, afirmou que “o atual governador há quatro anos se recusa a conversar com as forças de segurança. Qual a sua proposta para a segurança pública?”, questionou Viana.

Marcus Pestana (PSDB) disse que o governo Zema “carece de políticas afirmativas” e disse que o debate é um direito da população para conhecer as propostas e ideias dos candidatos.

“Ele (Zema) está ausente, mas é o governo dele que está em debate. Zema adora dizer que a Serra do Curral pode ser minerada porque não é ilegal, o que não é verdade”, disse Pestana. Ele afirmou ser contra a mineração na Serra do Curral e prometeu “responsabilidade” para as licenças ambientais para exploração minerária em Minas Gerais.

“Vamos regular fortemente a mineração. Minério acaba, e o estrago fica. Precisamos realizar uma transição produtiva em Minas Gerais”, afirmou Lorene Figueiredo.