A B3 e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão federal que integra o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, anunciaram a assinatura de um protocolo de intenções para um acordo de cooperação. O documento permite ainda à B3 a “utilização e ampla divulgação dos dados constantes do Banco de Dados Meteorológicos do INMET”.

A parceria pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos produtos, segundo o superintendente de Seguros da B3 e um dos viabilizadores do acordo, Icaro Demarchi Araujo Leite. Ele explica que um dos focos iniciais será a oferta de soluções para o setor de Seguros, onde a B3 passou a atuar em 2019.

“Desde o início dessa atuação, reforçarmos que a intenção é oferecer cada vez mais produtos e soluções ao setor. A parceria com o INMET é estratégica para esse objetivo. Uma das possibilidades é a futura oferta de produtos relacionados ao Seguro Paramétrico, entre outras oportunidades com os mercados que a B3 já atua”, completa Demarchi.

O acordo engloba duas partes. A primeira, é a construção do seguro de índice paramétrico e a segunda, é a criação do mercado do derivativo de clima, explica o diretor do INMET, Miguel Lacerda. “Ambas corroboram na redução dos custos para o produtor rural e para toda a sociedade, reduzindo os riscos das mudanças climáticas. Dessa forma, o INMET se lança como provedor de dados do índice paramétrico dos contratos.”, aponta o representante do instituto.

Ainda recente no Brasil mas bastante conhecido no mundo, o Seguro Paramétrico é um produto desenhado sob medida para o cliente, utilizando os chamados “gatilhos” (situações ou eventos que, caso ocorram, agilizam o processo de acionamento do seguro e ressarcimento do cliente). No Brasil, uma das possíveis aplicações do Seguro Paramétrico é no setor agro.

“O Seguro Paramétrico funciona muito bem quando associado a dados meteorológicos. Em regiões com incidência de furacões e tornados, por exemplo, as seguradoras conseguem acompanhar a trajetória do fenômeno e já dar andamento ao sinistro sem que o cliente tenha que acionar a seguradora”, de acordo com Icaro Demarchi.