São Paulo, 13 – O banco de câmbio da INTL FCStone, que começa a operar no Brasil, deve movimentar neste ano US$ 1 bilhão, disse ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o coordenador de Operações da instituição financeira, João Vilhena. Ela será um braço da divisão “Global Payments” (pagamentos globais, em inglês) do grupo e terá a função de intermediar a entrada ou saída de dinheiro do País. Ou seja, receber pagamentos em moeda estrangeira, feitos por empresas de outros países para exportadores brasileiros, e liberar os recursos em real; e também efetuar a remessa de dólares ao exterior por companhias que atuam no País e importam insumos ou produtos.

Entre as empresas da agropecuária, a maioria dos 600 atendidos pela subsidiária brasileira, as tradings estão entre os alvos do novo serviço. Elas terão a possibilidade de receber, em real, o valor dos grãos exportados. Empresas de fertilizantes, que importam boa parte do insumo vendido no Brasil e precisam pagá-los em dólar, também tendem a recorrer ao banco. “Quando uma companhia estrangeira enviar moeda ao Brasil e o dinheiro cair na conta do banco, faremos a conversão e liberaremos os reais para o cliente daqui”, conta Vilhena. Montadoras de máquinas agrícolas e moinhos de trigo, que costumam importar produtos e insumos, também poderão recorrer ao banco. Operações de câmbio para pessoas físicas não serão realizadas.

“Os clientes do agronegócio já eram assessorados por nós em outras frentes, como acompanhamento dos preços das commodities e orientação sobre comercialização do produto. Mas na ponta final, no momento de liquidar a operação (recebendo ou enviando dinheiro ao exterior) não podíamos entrar, porque não tínhamos o banco”, avalia Vilhena. A INTL FCStone já conta com uma corretora que, entre outros serviços, faz o hedge (fixação antecipada do valor a ser recebido no futuro) de commodities, agrícolas inclusive, e cambial.

Para o diretor de Commodities da INTL FCStone, Glauco Monte, o banco dará ao grupo condições de complementar os serviços destinados ao agronegócio, de forma mais ágil que os concorrentes. Itaú, Santander ou Rabobank, entre outras instituições financeiras, já operam câmbio para o setor.

“O número de transações bancárias de um banco comum é muito maior que o nosso. Além disso, por já estarmos em contato com os produtores e empresas constantemente, poderemos tornar mais ágil o processo, avisar os clientes de um pagamento assim que ele é feito e em seguida realizar a operação de câmbio”, disse Monte. A rede internacional da INTL FCStone, que atua em 135 países, também deve assegurar a otimização de processos e melhores taxas.