Anunciada originalmente em novembro do ano passado, a joint venture entre a Basf e a Bosch recebeu o sinal verde das autoridades. As duas empresas vão trabalhar sob o nome Bosch BASF Smart Farming (BBSF) GmbH e o foco será o desenvolvimento de soluções tecnológicas inteligentes para o campo. A solução Smart Spraying usa os sensores de câmera da Bosch e a plataforma de agricultura digital Xarvio, da Basf, para otimizar o uso de insumos no campo, reduzindo em até 70% a necessidade de aplicar herbicidas nas lavouras. Ela estará disponível comercialmente no Brasil e na Argentina até o final do ano.

Irrigação
Bauer quer dobrar investimentos no Brasil

Elenathewise

Uma das líderes mundiais em sistemas de irrigação, a austríaca Bauer já atua no Brasil há algum tempo, mas o País vem ganhando destaque em sua estratégia especialmente nos últimos cinco anos. Foram R$ 100 milhões investidos por aqui, e a meta da empresa é dobrar esse valor nos próximos anos. O plano da Bauer é expandir sua atuação com a inauguração de novas revendas, tanto unidades próprias quanto parcerias com a IrriPro. O foco em 2022 será a consolidação em Goiás e, no ano seguinte, a expansão para Tocantins, Mato Grosso e Rondônia.

Mercado financeiro
Agrogalaxy estuda novo IPO

A abertura de capital da plataforma de venda de insumos AgroGalaxy seria uma das principais do agro no início deste ano, mas a empresa desistiu da operação depois de sentir uma deterioriação nas condições do mercado. Agora, estuda um novo caminho para seu IPO. Dessa vez, pretende fazer uma oferta restrita de ações, quando apenas investidores profissionais, com mais de R$ 10 milhões aplicados, podem participar. A estratégia restringe um pouco o alcance da operação. Algumas das principais instituições financeiras do País, como Itaú BBA, XP Investimentos e Safra, vão coordenar a oferta.

Sementes
Projeto quer reduzir a pirataria

Monticelllo

O mercado ilegal de sementes é um problema sério para o agro brasileiro. Um estudo do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe) aponta que 90% das sementes de feijão e pulses (leguminosas secas) não têm certificação. Para reduzir a pirataria, o Ibrafe, em parceria com a Ceptis Agro, empresa de certificação, lançou o projeto Semente Legal. Trata-se de um processo que vai garantir a segurança e a garantia da origem a partir da análise de amostras. As sementes serão cadastradas em uma plataforma digital e associadas a etiquetas codificadas. O programa já é usado em outras culturas no Brasil, mas agora fará parte do setor de feijão e outras leguminosas.

Tomás Manzano
CFO da Copersucar

Maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, a Copersucar teve lucro líquido de R$ 375 milhões no ano safra 2020/21, alta de 215% sobre o ciclo anterior. Manzano comenta o desempenho e defende que o agro tem papel central nas discussões sobre ESG.

Divulgação

DESEMPENHO
“Vínhamos de um ano muito bom quando a pandemia chegou. Foi um momento de incerteza, mas por sorte estávamos no início da safra, então foi possível fazer um ajuste rapidamente. Os produtores se direcionaram para o açúcar e menos para o etanol, já que havia uma restrição de circulação. A demanda de combustível também começou a ser retomada mais rápidamente do que o esperado, e a expectativa é que esse consumo retome a níveis pré-pandemia”

RESILIÊNCIA
“Em vários setores do agronegócio, esse ano demonstrou a flexibilidade e o empreendedorismo do produtor, que rapidamente conseguiu se ajustar à realidade que se apresentou usando instrumentos de gestão de risco. O agro que se imagina é pouco sofisticado. Isso não é verdade. Ao contrário. A gestão das operações foi muito responsável, garantindo a segurança das pessoas para que a produção não parasse”

RESPONSABILIDADE
“O agro tem um papel fundamental nas discussões sobre ESG. Ele tem esses elementos em sua origem. Já fazem parte do dia-a-dia. As fazendas são motores das economias locais e têm papel social. Na governança, o produtor mostrou agilidade e capacidade de adaptação. E a questão ambiental é parte ativa que explica onde o setor chegou no Brasil”

Pesquisa
Os hábitos do agricultor

Diversos setores econômicos precisaram suspender suas atividades em algum momento da pandemia. Não foi o caso do agronegócio, que continuou produzindo mesmo no auge da crise sanitária. E a oitava edição da pesquisa Hábitos do Produtor Rural reforça essa percepção de resiliência: 64% dos entrevistados afirmaram que sentiram um impacto baixo da pandemia em suas operações, e 78% disseram ter mantido os planos de investimento. O estudo de fôlego foi feito pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) com mais de três mil agricultores, de forma presencial, que atuam em 14 culturas agrícolas, quatro atividades animais e estão espalhados por 16 estados do País. O levantamento também aponta questões importantes relacionadas à digitalização no campo: 94% dos entrevistados têm smartphones e 90% usam alguma rede social. Mas esse interesse pela tecnologia ainda não se traduz na adoção de softwares de gestão, por exemplo, já que 83% ainda dizem usar o bom e velho caderno de papel para as anotações importantes. Quando o assunto é agricultura digital, só 29% dos agricultores usam algum tipo de software. Na pecuária, a porcentagem é ainda menor, de apenas 15%. Embora as fazendas ainda não estejam totalmente digitalizadas, trata-se de uma questão de tempo. O interesse do produtor está claro.