Chicago, 6 – A Bayer informou que as dificuldades causadas pela pandemia de coronavírus estão atrasando a negociação de um acordo para encerrar as ações envolvendo o herbicida Roundup. A companhia vem mantendo discussões com escritórios de advocacia que representam dezenas de milhares de pessoas que alegam que o glifosato, ingrediente ativo do herbicida, causa câncer.

“O processo de mediação se desacelerou de forma significativa, e, realisticamente, esperamos que a situação continue assim no futuro próximo”, disse um porta-voz da companhia, na sexta-feira, 3. Segundo ele, restrições impostas para conter a disseminação do coronavírus levaram ao cancelamento de reuniões e outros atrasos.

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De acordo com uma fonte, a Bayer recentemente exerceu seu direito de cancelar um acordo preliminar com os escritórios e estendeu as negociações até o fim de abril. A manobra legal dá à companhia algum tempo para avaliar como a pandemia vai afetar a economia global. Em meados de março, a Bayer tinha concordado com os termos preliminares de um acordo para encerrar as ações, e uma fonte disse que o valor de um possível acordo ficaria em torno de US$ 10 bilhões.

Kenneth Feinberg, que foi nomeado por um tribunal para mediar as negociações, disse que continua otimista em relação a um acordo, mas que o coronavírus e a saúde pública são questões mais urgentes.

A Bayer vem tentando encontrar uma maneira de manter o Roundup nas prateleiras e, ao mesmo tempo, encerrar o litígio, que afetou significativamente o preço da ação da companhia após derrotas em três julgamentos nos Estados Unidos. A empresa alega que o herbicida e o glifosato são seguros quando usados corretamente, e recorreu dos três veredictos. A Bayer herdou a disputa legal ao adquirir a Monsanto, em 2018.