Aumentar a produtividade é um dos principais desafios da pecuária bovina no Brasil. Duplicar ou até triplicar o patamar de pouco mais de 50 quilos de carne por hectare ao ano vem sendo uma meta perseguida com obsessão por crescente grupo de criadores nacionais. O produtor Eduardo Biagi, dono da Carpa Serrana, com trabalho de melhoramento genético de gado nelore em Serrana, no interior de São Paulo, e criação de gado comercial em Barra do Garças, em Mato Grosso, é um dos integrantes desse pelotão avançado da pecuária brasileira. “O segredo da pecuária está realmente no aumento de produtividade”, afirma Duda Biagi, como é conhecido no setor. Pelo trabalho que desenvolve no campo, Biagi é o destaque na categoria Gado de Produção no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014.

Biagi, que já foi presidente da ABCZ e da ACNB, as duas principais entidades de criadores de raças zebuínas e de nelore, está há 40 anos na pecuária. Também atua no setor sucroenergético com a Pedra
Agroindustrial, produzindo, em quatro usinas no interior paulista, etanol, açúcar e energia elétrica. Mas sua paixão é mesmo o gado. Em Barra do Garças, ele se dedica à criação de nelore desde 1985, a partir de um rebanho de 30 mil animais. Na fazenda Cibrapa, como a unidade é chamada, ele já fez cria e engorda de gado, mas optou por se especializar no trabalho com bezerros e na seleção de touros de genética superior. “Se ficasse com o boi até a engorda, não teria a mesma rentabilidade”, afirma. Na última safra, os bezerros desmamados e vendidos aos nove meses saíram à média de R$ 1,2 mil, ante R$ 800 no Estado, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Todos os anos, a fazenda produz dez mil bezerros e 500 touros são vendidos em leilões e na própria fazenda.

Para 2018, o plano de Biagi é intensificar ainda mais a criação, destinando ao mesmo tempo cinco mil hectares de pasto para o cultivo de soja, dos atuais 15 mil hectares de pastagens. “A terra já está
preparada porque a adubação de pastagem sempre foi rotina na propriedade”, afirma. “Hoje, a lavoura casa muito bem com a pecuária.”